O hospital acolhe cerca de 100 crianças de até 17 anos para tratamento de doenças oncológicas, cardíacas e outras enfermidades. A música apareceu para mudar a rotina onde o silêncio é regra. O ritmo escolhido foi o forró.
Ao ver os filhos sorrindo, emocionaram-se, cantaram junto e tiraram fotos do momento de felicidade.Os versos de Luiz Gonzaga “a todo mundo eu dou psiu, psiu, psiu” entraram em cada fresta dos leitos, enchendo o ambiente de alegria.
A canção prevê: "Tu que cantas, passarinho, alivia a minha dor.” E os sorrisos no rosto de quem está há tanto tempo internado demonstraram que alegria é medicamento poderoso, cujos efeitos não podem ser obtidos com nenhum outro. Os palhaços convidavam: “Olha para o céu, meu amor. Veja como ele está lindo.” Para quem está há meses internado, é bom ver o céu, mesmo que ele seja desenhado pelo encantamento de quem ama as festas juninas. Com duas tranças no cabelo, a menina Ana Carolina de Souza Pereira, de 9 anos, prontamente aceitou o convite, dançou e rodopiou.
Quando os palhaços chegaram ao CTI, a música foi cantada baixinho de modo a chamar atenção daqueles que precisam de cuidado intensivo, mas sem causar qualquer estresse. “Vamos bem delicados. Cada espaço pede uma delicadeza. O som baixinho. Aqui no hospital, eles incluem o palhaço no tratamento. É um complemento”, afirmou o gestor de criação e manutenção Eliseu Custódio, cofundador do Instituto Hahaha. Depois de passar por todos os corredores das alas pediátricas, os palhaços fizeram, na antessala dos ambulatórios, uma grande quadrilha, com direito a cumprimento de damas e cavalheiros, ‘passeio na cidade’, túnel e muito balancê.“O efeito é maravilhoso.
O ser humano precisa de arte. Arte é tratamento.
Mas bastou os palhaços virarem as costas para a criança demonstrar todo o encantamento ao pai, que também se emocionou. “As crianças adoram. Gustavo recebeu alta hoje. Estávamos aqui desde sábado para tratar de uma bronquiolite”, contou. E está comprovado que alegria contagia.
SETE ANOS O trabalho do instituto completa 7 anos em 9 de julho com mais de 530 mil pessoas alcançadas. O trabalho é feito de forma gratuita para o público, mas não é voluntário. Os artistas contam com colaborações para seguir com a ação. Os interessados podem apoiar a campanha Seja um tijolinho dessa construção, na plataforma da Evoé. O instituto promove intervenções artísticas duas vezes por semana nos hospitais parceiros, fazendo brincadeiras leito a leito.
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