Amostras de materiais retirados do entorno da Lagoa da Pampulha, um dos cartões-postais de Belo Horizonte, e da Cidade Administrativa, Sede do Governo de Minas Gerais, deram positivo para a bactéria da febre maculosa. Os dois locais já são conhecidos pela presença de capivaras, um dos hospeiros do carrapato-estrela, vetor da doença. A confirmação foi feita em abril pela Fundação Ezequiel Dias (Funed). As amostras foram coletadas devido ao surto da moléstia em Contagem, na Grande BH. O número de notificações já chega a 84, sendo quatro mortes confirmadas e dois pacientes infectados.
As ações contra a doença foram intensificadas depois que foi identificado o surto em Contagem. Elas aconteceram nas áreas consideradas de risco para a transmissão, como o entorno da Lagoa da Pampulha, e da Cidade Administrativa. Por causa disso, a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA) realizou um estudo nos dois locais para saber se ainda estavam com a bactéria. O resultado em abril foi positivo.
“Os resultados das últimas amostras enviadas à Fundação Ezequiel Dias, em junho, ainda não foram liberados. Já o resultado da vigilância acarológica realizada em abril, na Lagoa da Pampulha e Cidade Administrativa deram positivos e a Secretaria Municipal de Saúde já tomou todas as medidas necessárias de prevenção”, explicou, por meio de nota, a pasta.
Segundo a SMSA, as medidas tomadas são em continuidade aos procedimentos já realizados na cidade para conter a doença. “Além disso, repassou para os responsáveis na Cidade Administrativa as recomendações pertinentes”, informou a pasta.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) afirmou que a área da Cidade Administrativa está sujeita à aparição de carrapatos e capivaras, seus hospedeiros naturais. “Por isso, existem placas no gramado, informando sobre a potencial presença destes carrapatos”.
A pasta afirmou, ainda, que “a Cidade Administrativa faz o acompanhamento junto aos órgãos competentes e realiza dedetização das áreas internas e externas dos prédios, periodicamente”. Somente neste ano, foram feitas três e, no próximo sábado, dia 29/6, será feita a quarta alçao. “Lembramos, ainda, que os serviços de poda, roçagem e capina estão ocorrendo normalmente em parceria com outros órgãos e entidades estaduais”, finalizou.
Maculosa em Contagem
As notificações de febre maculosa continuam aumentando em Contagem, na Grande BH. Já são 84 registros, sendo que seis foram confirmados. Destas, quatro pacientes não resistiram a doença. Outros 78 casos suspeitos seguem em investigação.
As investigações para detectar a contaminação dos moradores, principalmente do Bairro Nacional, onde o principal foco do surto foi detectado, continuam. Nessa terça-feira, a Funed enviou o resultado das análises feita em carrapatos colhidos na regional, os resultados deram negativo para a bactéria causadora da febre maculosa.
“A prefeitura de Contagem não descarta que há parasitas com bactéria causadora da febre maculosa na região. Novas coletas deverão ser feitas, por no mínimo um ano em Contagem. A linha de investigação sobre a contaminação deve seguir em torno dos cavalos da família que apresentou sintomas da doença. Os animais são os principais hospedeiros e transportadores do carrapato. Moradores alegaram que alguns cavalos teriam sido levados para uma cavalgada. As pessoas que morreram por febre maculosa no bairro Vila Boa Vista não participaram do evento”, informou a administração municipal.
Representantes do Ministério da Saúde continuam o trabalho para ajudar no combate a doença. Na próxima quinta-feira, a equipe vai entregar para a Secretaria Municipal de Saúde um estudo sobre as ações que devem ser implementadas na cidade nos próximos meses com o objetivo de conter o surto de febre maculosa.