O chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, delegado Wagner Pinto de Souza, confirmou que a corporação sofre de um déficit de pessoal de quase 50%. A afirmação foi feita durante prestação de contas em uma audiência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quarta-feira.
De acordo com o delegado, a Polícia Civil funciona hoje com apenas 9.902 policiais, quando o ideal seria 17.517 agentes. Os números correspondem não só ao déficit de agentes, mas a todas as atividades da carreira - a carência chega a 43%.
Precisando de 7.615 policiais civis, o Governo de Minas Gerais vem designando novos profissionais em ritmo lento. De acordo com Wagner Pinto de Souza,em abril foram nomeados 66 servidores recém-formados para a carreira de investigador.
Além disso, 76 delegados tomaram posse em junho e iniciaram o curso de formação nesta semana. A previsão é de que eles estejam prontos para ir a campo em três meses.
O delegado ainda informou que o concurso para o cargo de escrivão, que está em andamento, deverá ser homologado nos próximos dias. A previsão é que sejam nomeados 119 escrivães.
Outro ponto destacado pelo chefe da corporação foi a nomeação de 544 investigadores. Esses profissionais são excedentes do concurso realizado em 2014, quando o governador do estado ainda era Fernando Pimentel (PT).
No entanto, não há previsão de que todos os excedentes sejam efetivados. De acordo com o chefe da Polícia Civil, a quantidade de profissionais que serão nomeados depende da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), que deve emitir uma nota técnica na próxima semana.
Ainda que todos os 544 investigadores sejam nomeados, a carência de profissionais continuaria grande; das 7.615 cadeiras vazias na Polícia Civil, 4.815 são de investigadores. Ou seja, caso todos os excedentes do concurso sejam efetivados, o déficit de investigadores ainda será de 4.271 profissionais.
Para cobrir a falta de pessoal, durante toda a audiência, o delegado pediu ajuda de deputados estaduais para que destinem verbas para a polícia, por meio de emendas parlamentares.
*Estagiário sob supervisão da editora Liliane Corrêa