Jornal Estado de Minas

Governo recua e ameniza redução de ensino integral em Minas Gerais

Após pressão de deputados estaduais e de movimentos sociais, a secretária de Estado de Educação, Julia Sant’Anna, recuou e amenizou a redução do ensino integral em Minas Gerais. Na contramão do que anunciou em abril, o governo informou, nesta quarta-feira, que abrirá 34 mil vagas em 895 escolas de todas as regiões do estado. Em abril, a pasta anunciou uma drástica redução: dos 45% de estabelecimentos de ensino da rede com jornada ampliada, de um total de 3.612, para 13,8%. 

Apesar do anúncio desta quarta-feira, o governo manterá a redução no ensino integral do estado. A diferença é de que a diminuição da oferta será mais fraca do que a anunciada anteriormente. 

De acordo com a SEE, em 2018, a educação em tempo integral foi ofertada em 1.640 escolas e atendeu a 111.528 alunos. Este ano, segundo o anúncio de abril, somente 500 estabelecimentos de ensino e cerca de 30 mil alunos do ensino fundamental estavam garantidos no programa.

A divulgação do corte no ensino integral gerou revolta na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Depois do anúncio, deputados estaduais ameaçaram não votar assuntos de interesse do governo, em outras áreas.

O governo então recuou. A previsão agora é de que sejam ofertadas 64 mil vagas para o ensino integral, em 1.395 escolas. Além disso, neste ano, modelo estará presente em escolas de 533 municípios.

A secretária informou ainda que as novas turmas não serão mais multisseriadas, ou seja, formadas por alunos de diferentes idades e níveis educacionais.
Elas são únicas, com progressão e trajetória regulares e acompanhamento de frequência também no contraturno.

O modelo traz uma matriz curricular articulada entre as áreas de conhecimento. Além das matérias regulares da base comum, os alunos terão aulas de projeto de vida, cultura e saberes em arte, educação para a cidadania, laboratório de matemática, ciências e tecnologia, entre outras disciplinas que passam a fazer parte da matriz pedagógica.

Para selecionar as escolas que terão ensino integral, a pasta considerou os seguintes critérios:

*Ter ofertado o tempo integral no ano passado e solicitado continuidade no plano de atendimento para 2019

*Ter oferta de ao menos uma turma de educação básica

*Oferecer ao menos uma turma regular com, no mínimo, 15 alunos para os anos de início da oferta 

*Possuir sala ociosa no contraturno para atender o modelo proposto de oferta progressiva. 


*Estagiário sob supervisão da editora Liliane Corrêa

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