Cinco meses se passaram desde que a barragem B1 da Mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte se rompeu, matando quase 300 pessoas, e se tornando uma das maiores tragédias socioambientais do país. Enquanto 24 famílias ainda buscam seus parentes desaparecidos, a Vale tenta reduzir os danos causados. Ontem, a mineradora anunciou um pacote de obras de R$ 1,8 bilhão com o objetivo de frear o carreamento de rejeitos para o Rio Paraopeba, estabilizar estruturas e reconstruir equipamentos públicos. A mineradora garante que já faz um mês que rejeitos não são despejados no rio, porém faz obras para se preparar para a próxima temporada de chuva.
“Estruturamos nossos trabalhos com base nos princípios de reparação integral, seguindo os protocolos de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que vão desde pedido de desculpas às vítimas, às famílias e às comunidades até a garantia de não repetição. Então, na fase emergencial, nossa prioridade foi o apoio humanitário (…) e, em paralelo, as obras na área ambiental para evitar o avanço (dos danos)”, explicou o diretor especial de reparação e desenvolvimento da mineradora Vale, Marcelo Klein. Para isso, a mineradora abriu várias frentes de obras para garantir a segurança geotécnica das estruturas remanescentes da Mina Córrego do Feijão, a remoção e destinação adequada dos rejeitos e parte da recuperação ambiental, especialmente do trecho atingido do Rio Paraopeba. Atualmente, dentro da Mina Córrego do Feijão, a Vale está executando obras para reforçar a estabilidade das estruturas remanescentes, entre as quais a barragem B6, e do material que permaneceu na Barragem B1. São 2 milhões de metros cúbicos (m3) de rejeitos, que já são preocupação para a próxima temporada de chuvas.
Para lidar com o risco, foi feito o Plano de Contenção de Rejeitos, dividido em obras em três trechos. Ao longo de 10 quilômetros entre a B1, na Mina Córrego do Feijão, e a confluência do Ribeirão Ferro-Carvão com o Rio Paraopeba, foram feitas intervenções no Trecho 1. É lá que está concentrado o rejeito mais espesso. Estima-se que estejam depositados entre 6 milhões e 7 milhões de m3 do material que vazou da B1. Até agora, foram removidos cerca de 550 mil m3 de rejeitos, transportados para uma área dentro da Mina Córrego do Feijão após vistoria do Corpo de Bombeiros.
“Estruturamos nossos trabalhos com base nos princípios de reparação integral, seguindo os protocolos de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que vão desde pedido de desculpas às vítimas, às famílias e às comunidades até a garantia de não repetição. Então, na fase emergencial, nossa prioridade foi o apoio humanitário (…) e, em paralelo, as obras na área ambiental para evitar o avanço (dos danos)”, explicou o diretor especial de reparação e desenvolvimento da mineradora Vale, Marcelo Klein. Para isso, a mineradora abriu várias frentes de obras para garantir a segurança geotécnica das estruturas remanescentes da Mina Córrego do Feijão, a remoção e destinação adequada dos rejeitos e parte da recuperação ambiental, especialmente do trecho atingido do Rio Paraopeba. Atualmente, dentro da Mina Córrego do Feijão, a Vale está executando obras para reforçar a estabilidade das estruturas remanescentes, entre as quais a barragem B6, e do material que permaneceu na Barragem B1. São 2 milhões de metros cúbicos (m3) de rejeitos, que já são preocupação para a próxima temporada de chuvas.
Para lidar com o risco, foi feito o Plano de Contenção de Rejeitos, dividido em obras em três trechos. Ao longo de 10 quilômetros entre a B1, na Mina Córrego do Feijão, e a confluência do Ribeirão Ferro-Carvão com o Rio Paraopeba, foram feitas intervenções no Trecho 1. É lá que está concentrado o rejeito mais espesso. Estima-se que estejam depositados entre 6 milhões e 7 milhões de m3 do material que vazou da B1. Até agora, foram removidos cerca de 550 mil m3 de rejeitos, transportados para uma área dentro da Mina Córrego do Feijão após vistoria do Corpo de Bombeiros.
CONTENÇÃO Além disso, a mineradora trabalha com três estruturas de contenção para evitar que a lama chegue até o Rio Paraopeba. São duas barreiras hidráulicas filtrantes, a BH0, concluída, e a BH1, com previsão de finalização em outubro; além do Dique 2, que também deverá ficar pronto em outubro. BH0 e BH1 são estruturas erguidas com a função de reter os sedimentos mais grossos e, ao mesmo tempo, diminuir a velocidade da água que desce pelo Ribeirão Ferro-Carvão. Já o Dique 2 será responsável por reter o material depositado ao longo do ribeirão, reduzindo a turbidez da água.
Após passar pelas estruturas de contenção, a água do Ferro-Carvão será finalmente retida em um reservatório, formado por uma cortina de estacas-prancha – barramento constituído de placas metálicas –, pouco antes da nova ponte da Avenida Alberto Flores e da confluência com o Rio Paraopeba. Desse reservatório, a água é bombeada para a Estação de Tratamento de Água Fluvial (Etaf), que já está em operação. Na Etaf, a água passa por processos de filtragem e remoção de sedimentos e é devolvida ao Paraopeba, por meio do Córrego Casa Branca. A água chega com valores acima de 20 mil Unidades Nefelométricas de Turbidez (NTU) e sai com índices abaixo de 15NTU, em média. Os padrões de turbidez aceitos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) são de até 100NTU.
Marcelo Klein explicou que desde 27 de maio foi possível interromper o dano ambiental por meio do fechamento das estacas-prancha: “Isso significa que o volume de rejeito que extravasou com o rompimento da barragem está contido entre o ponto inicial da barragem e 6 quilômetros à frente. Ou seja, em vez de esse rejeito ser carregado pela água, contaminando o Rio Paraopeba, é desviado para a estação de tratamento”, concluiu. “Agora, o nosso desafio é concluir todas as obras de engenharia até o período de chuva para conter o rejeito e minimizar a chance de vazamento”, completou.
Após passar pelas estruturas de contenção, a água do Ferro-Carvão será finalmente retida em um reservatório, formado por uma cortina de estacas-prancha – barramento constituído de placas metálicas –, pouco antes da nova ponte da Avenida Alberto Flores e da confluência com o Rio Paraopeba. Desse reservatório, a água é bombeada para a Estação de Tratamento de Água Fluvial (Etaf), que já está em operação. Na Etaf, a água passa por processos de filtragem e remoção de sedimentos e é devolvida ao Paraopeba, por meio do Córrego Casa Branca. A água chega com valores acima de 20 mil Unidades Nefelométricas de Turbidez (NTU) e sai com índices abaixo de 15NTU, em média. Os padrões de turbidez aceitos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) são de até 100NTU.
Marcelo Klein explicou que desde 27 de maio foi possível interromper o dano ambiental por meio do fechamento das estacas-prancha: “Isso significa que o volume de rejeito que extravasou com o rompimento da barragem está contido entre o ponto inicial da barragem e 6 quilômetros à frente. Ou seja, em vez de esse rejeito ser carregado pela água, contaminando o Rio Paraopeba, é desviado para a estação de tratamento”, concluiu. “Agora, o nosso desafio é concluir todas as obras de engenharia até o período de chuva para conter o rejeito e minimizar a chance de vazamento”, completou.
RIO Outra frente de intervenções para proteger o Paraopeba é dirigida para o trecho 2, que compreende a área entre a confluência do Ferro-Carvão com o rio e o município de Juatuba, também na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “A parte prioritária consiste dos dois quilômetros abaixo da ponte da Avenida Alberto Flores, onde é feita uma drenagem do rejeito depositado no rio”, explicou o responsável. O material retirado é disposto em tubos geotêxteis para desidratação. Outro trecho incluído na ação é entre Juatuba e a Usina de Retiro Baixo, em Pompéu, na Região Central do estado. Nessa área, as ações da Vale estão direcionadas para reduzir o carreamento de rejeitos mais finos ao longo do curso do Paraopeba. Além disso, o monitoramento diário no rio continua, hoje em 66 pontos, cobrindo uma área de mais de 2,6 mil quilômetros de extensão.
VAGAS A grande movimentação de máquinas para trabalhar na construção de estruturas na área afetada pelo desastre em Brumadinho vai gerar emprego na região. De acordo com a mineradora, a oferta de vagas deverá chegar a 2,5 mil no pico de obras. Atualmente, há cerca de 1,3 mil trabalhadores atuando nas intervenções, sendo mais de 700 de Brumadinho e região. “Estamos priorizando as pessoas da região. Trata-se de um vetor importante de engajamento de retomada da normalidade da vida em termos de geração de renda”, afirma Marcelo Klein.
Famílias recebem casas provisórias
A vida começa a voltar ao normal para as famílias afetadas pelo rompimento da barragem em Brumadinho. Cerca de 90% das vítimas já deixaram os hotéis e foram realocadas em casas provisórias. “Demos um passo importante neste último mês: a realocação de famílias. Primeiro, entendemos o núcleo familiar, a condição e seus hábitos. As pessoas atingidas fazem visitas para ver com qual casa se identificam mais. Posteriormente, são feitas obras de adequação. Sair do hotel, que para muitos é desconfortável, é um grande passo para começar a retomar a rotina. A moradia definitiva vem com a indenização. E esse é o próximo passo”, explicou Marcelo Klein.
Cerca de 100 mil moradores do município e região receberam indenizações emergenciais, em um total de 115 mil que fizeram agendamentos ou se cadastraram para ter acesso aos recursos. Esses pagamentos valem para todas as pessoas que residiam em Brumadinho em 25 de janeiro – data da tragédia – ou moravam a até um quilômetro da calha do Rio Paraopeba desde o município da RMBH até a cidade de Pompéu, na usina de Retiro Baixo. O acordo foi firmado com a Advocacia-Geral do Estado de Minas Gerais, o Ministério Público do Estado de Minas Gerais, a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais, a Advocacia-Geral da União, o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União. Além disso, 267 pessoas receberam doação de R$ 100 mil.
Já em relação às indenizações individuais, foram fechados cerca de 50 acordos por danos materiais e morais. Celebrado com a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), o termo de compromisso prevê indenização de danos materiais e morais, com promessa de ser uma solução célere e justa para danos individuais. A Vale informa que continua a receber pessoas atingidas que queiram discutir indenizações individuais, com a assistência da Defensoria. Também foram assinados 192 acordos preliminares trabalhistas com representantes de empregados cuja morte tenha sido confirmada ou desaparecidos.
Cerca de 100 mil moradores do município e região receberam indenizações emergenciais, em um total de 115 mil que fizeram agendamentos ou se cadastraram para ter acesso aos recursos. Esses pagamentos valem para todas as pessoas que residiam em Brumadinho em 25 de janeiro – data da tragédia – ou moravam a até um quilômetro da calha do Rio Paraopeba desde o município da RMBH até a cidade de Pompéu, na usina de Retiro Baixo. O acordo foi firmado com a Advocacia-Geral do Estado de Minas Gerais, o Ministério Público do Estado de Minas Gerais, a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais, a Advocacia-Geral da União, o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União. Além disso, 267 pessoas receberam doação de R$ 100 mil.
Já em relação às indenizações individuais, foram fechados cerca de 50 acordos por danos materiais e morais. Celebrado com a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), o termo de compromisso prevê indenização de danos materiais e morais, com promessa de ser uma solução célere e justa para danos individuais. A Vale informa que continua a receber pessoas atingidas que queiram discutir indenizações individuais, com a assistência da Defensoria. Também foram assinados 192 acordos preliminares trabalhistas com representantes de empregados cuja morte tenha sido confirmada ou desaparecidos.
Detonação investigada
A Polícia Civil analisa o impacto de detonações ocorridas no complexo que abriga a Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, no dia do rompimento da barragem, e investiga se contribuíram para o desastre. O inquérito que apura responsabilidades demonstra que houve explosões em 25 de janeiro, data do colapso da represa. Em nota, a mineradora Vale informou que “não há registro de detonações realizadas em 25 de janeiro antes do rompimento da Barragem 1 nas minas do Córrego do Feijão e Jangada”. “As detonações são inerentes à atividade minerária e as recomendações da empresa de auditoria eram conhecidas e consideradas pela área geotécnica na execução das atividades no complexo", completou a companhia.