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Estado de Minas

Vai visitar a Pampulha? Saiba como se proteger contra a febre maculosa

Com a detecção de carrapatos-estrelas contaminados pela bactéria que provoca a doença, prefeitura informa que já tomou medidas para reduzir a presença do parasita no entorno da lagoa, mas aconselha visitantes a evitar o contato. Bactéria também foi localizada na Cidade Administrativa


postado em 27/06/2019 06:00 / atualizado em 27/06/2019 08:58

Capivara à beira da Lagoa da Pampulha: roedor é hospedeiro do carrapato-estrela, vetor da enfermidade, e vem sendo alvo de plano de manejo (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Capivara à beira da Lagoa da Pampulha: roedor é hospedeiro do carrapato-estrela, vetor da enfermidade, e vem sendo alvo de plano de manejo (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)


Um dos principais pontos turísticos de Belo Horizonte, a Lagoa da Pampulha, volta a ser foco de preocupação para o risco de transmissão da febre maculosa. Depois de seis anos de novela para o manejo das capivaras, roedor que é um dos hospedeiros do carrapato-estrela, vetor da doença, a bactéria que provoca a enfermidade voltou a ser encontrada em parasitas na orla do cartão-postal. Pelo mesmo motivo, o risco se estende à Cidade Administrativa, sede do Governo de Minas, na Região de Venda. A prefeitura da capital mineira afirma que medidas já foram tomadas para a diminuir a presença do parasita. Mas alerta que pessoas que frequentam os locais precisam adotar medidas de proteção individual, como utilizar roupas longas, para evitar a exposição do corpo ao parasita, e evitar ter contato com a vegetação. Em Contagem, na Grande BH, que passa por um surto de febre maculosa, o número de notificações da doença aumentou para 84. Quatro pessoas já morreram na cidade em decorrência da enfermidade.

A confirmação da presença da bactéria Rickettsia rickettsii em carrapatos-estrela nos dois pontos de BH foi feita pela Fundação Ezequiel Dias (Funed). A prefeitura fez um estudo em abril, no qual coletou amostras dos parasitas nas áreas suscetíveis à doença. O trabalho, segundo a administração municipal, é realizado na época de estiagem, quando o parasita se reproduz mais rapidamente. Novos levantamentos foram feitos em junho, mas os resultados ainda não estão prontos, e outro será realizado em agosto. “O achado da bactéria é fruto do trabalho que a prefeitura vem fazendo. Começamos as ações em 2015, na Pampulha, e intensificamos em 2017. Todo ano, neste período, a partir de abril, quando começa o ciclo do carrapato, a prefeitura faz amostragem em diferentes pontos. O objetivo é ver a densidade populacional e a presença da bactéria. Isso direciona algumas ações, sendo que a principal é o controle”, explicou o subsecretário de municipal de Promoção e Vigilância em Saúde, Fabiano Pimenta.

Manter a grama nas regiões mais expostas baixa está entre medidas tomadas. “Além disso, a Secretaria de Saúde tem um diálogo importante com proprietários de equinos e carroceiros. São disponibilizados banhos de carrapaticida, a cada 15 dias, para evitar que os animais que estão nas áreas e outros pontos de risco dispersem os carrapatos”, comentou Pimenta. “As pessoas que caminham, passeiam e visitam esses locais podem continuar a fazê-lo, mas tendo em mente que devem tomar medidas de proteção. Entre elas, tentar usar roupas mais claras, calças, evitar deitar na grama e a exposição ao parasita”, disse.

A bactéria também foi encontrada na vegetação no entorno da Cidade Administrativa. Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) afirmou que a área está sujeita à aparição de carrapatos e capivaras, seus hospedeiros naturais. “Por isso, existem placas no gramado, informando sobre a potencial presença desses parasitas”.  A pasta informou ainda que “a Cidade Administrativa faz o acompanhamento junto aos órgãos competentes e realiza dedetização das áreas internas e externas dos prédios, periodicamente”. Somente este ano, foram feitas três e uma quarta aplicação está programada para sábado. “Lembramos, ainda, que os serviços de poda, roçagem e capina estão ocorrendo normalmente, em parceria com outros órgãos e entidades estaduais”, finalizou.

CONTAGEM As notificações de febre maculosa continuam aumentando em Contagem, na Grande BH. Já são 84 registros, sendo que seis foram confirmados. Destas, quatro pacientes não resistiram à doença. Outros 78 casos suspeitos seguem em apuração. Minas Gerais já registrou 15 casos de febre maculosa este ano. Do total, sete pessoas morreram.

Placa na Cidade Administrativa alerta para a presença do parasita(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Placa na Cidade Administrativa alerta para a presença do parasita (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)


Medidas de proteção 


Ao frequentar áreas como matas, rios, cachoeiras e ou locais em que há criação de animais domésticos como cães e cavalos, bem como ambientes com a presença de animais silvestres como capivaras ou gambás, medidas de proteção devem ser tomadas. Veja abaixo:

– Realizar inspeções no corpo em intervalos curtos de tempo 

– Utilizar repelentes à base da substância Icaridina

– Usar roupas de cor clara, vestimentas longas, calçados fechados, preferencialmente com meias brancas e de cano longo

– Usar equipamentos de proteção individual nas atividades ocupacionais (capina e limpeza de pastos) 

– Evitar se sentar ou deitar em gramados e em áreas de conhecida infestação de carrapatos, durantes atividades de lazer como caminhadas, piqueniques, pescarias, etc
 
– Se verificados carrapatos no corpo, retirá-los com leves torções e com o auxílio de pinça, evitando o contato com unhas e o esmagamento do animal

– Utilizar periodicamente carrapaticidas em cães, cavalos e bois, conforme recomendações do veterinário 

– Limpar e capinar lotes não construídos e áreas públicas com cobertura vegetal

– Manter vidros e portas fechados em veículos em áreas com risco de infestação de carrapatos

Fonte: Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) 


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