Preocupação diante de um risco que ameaça voltar a Belo Horizonte. Quem visita o Parque Ecológico Promotor Francisco Lins do Rego, mais conhecido como Parque Ecológico da Pampulha, tem receio quanto à proximidade da estrutura da Vila Boa Vista, na Regional Nacional, em Contagem – o foco de infestação do carrapato-estrela, parasita transmissor da bactéria da febre maculosa.
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Contagem vai reforçar orientação contra febre maculosa após análise do Ministério da SaúdeVai visitar a Pampulha? Saiba como se proteger contra a febre maculosaBactéria da febre maculosa é confirmada na Pampulha e na Cidade Administrativa Casos notificados de febre maculosa sobem para 78 em ContagemMulher morre em hospital de BH com suspeita de febre maculosa Conheça a receita que a Belotur vai servir à Unesco para ser 'Cidade da Gastronomia'Mas mesmo entre os que não deixam o lazer no complexo têm suas apreensões. O professor Geraldo Durães, de 78 anos, estava com o neto ontem no Parque Ecológico, local preferido deles para soltar pipa. “É um problema sério. Sempre montam um problema imenso para uma coisa que parece fácil de ser resolvida. Eu venho muito aqui e, agora, a preocupação aumenta, porque é uma doença que mata”, analisa.
Lincoln Salles, de 22, também escolheu o Parque Ecológico para soltar pipa com os primos mais novos e a namorada. Ele também vê a proximidade com a Vila Boa Vista como uma preocupação a mais nas visitas à Pampulha. “Pensei duas, três vezes antes de vir. Ainda mais com crianças, que têm o sistema imunológico mais frágil”, contou o engenheiro.
Mesmo diante da ausência de casos confirmados em BH, logo ao entrar no Parque Ecológico o visitante vê um grande cartaz da prefeitura com recomendações para evitar a contaminação pela febre maculosa. Folhetos também estão à disposição do cidadão. Nos materiais, pode-se encontrar informações básicas sobre a doença, como a maneira como ocorre a infecção, sintomas, diagnóstico, tratamento, prevenção e dicas para se manter seguro.
Entre as recomendações está a necessidade de sempre examinar o corpo cuidadosamente, de duas em duas horas, já que para que a transmissão ocorra o carrapato deve permanecer na pele por bastante tempo. Os informativos também pedem atenção caso sejam achados carrapatos-estrela. A mensagem avisa para evitar esmagamentos, uma vez que o sangue no parasita pode causar contaminação.
CONTAGEM Assim como na capital mineira, a cidade de Contagem, onde a proliferação ficou concentrada neste ano, trabalha na conscientização de moradores e visitantes. Nesta semana, a prefeitura local vai promover capacitação para carroceiros da Região Nacional, justamente para informá-los sobre os riscos da febre maculosa. A ação ainda não tem data marcada.
A prefeitura da cidade da Grande BH também trabalha para descobrir de onde vieram os carrapatos que tomaram conta da Vila Boa Vista. Na última segunda-feira, uma vistoria do Executivo municipal, mais uma vez, não encontrou capivaras, um dos hospedeiros do carrapato transmissor, na região. Essa foi a terceira expedição em cursos d'água próximos. As equipes já passaram pelos córregos Muniz, Gangorra e Água Funda – esse último mais próximo da Lagoa da Pampulha e alvo da última atividade.
Diante disso, a prefeitura partiu para outra investigação, iniciada na quinta-feira. O intuito é descobrir por onde passaram os cavalos que pastavam próximo ao terreno contaminado, durante uma cavalgada realizada pela família Santana, que perdeu cinco pessoas pela doença. Outra possibilidade, de acordo com a Secretaria de Meio Ambiente de Contagem, gira em torno de capivaras que não passaram por castração em Belo Horizonte e estejam circulando pela região.