Jornal Estado de Minas

Apreensões de maconha nas BRs mineiras em seis meses superam todo ano passado

Droga foi encaminhada à Polícia Federal e condutor do caminhão foi preso em flagrante - Foto: PRF/Divulgação

A apreensão de mais de três toneladas de maconha pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-251, em Montes Claros, no Norte de Minas, levou a corporação a superar em seis meses a quantidade da droga retirada de circulação por seus agentes durante todo o ano passado em Minas Gerais. Enquanto em 2018 foram apreendidas 14 toneladas da droga nas principais BRs que cortam o território mineiro, o trabalho realizado na quinta-feira em Montes Claros fez o total recolhido em 2019 ultrapassar 16,5 toneladas, um aumento de 18%.

Agentes da PRF que encontraram a erva em meio a uma carga de repolho de um caminhão localizaram 50 quilos de cocaína no mesmo carregamento, chegando muito perto dos 247 quilos desse entorpecente flagrados em operações durante todo o ano passado. Com a apreensão de quinta-feira, chega a 237 quilos o toral de coca tirados das mãos de traficantes nas rodovias federais mineiras de responsabilidade dos federais.


A corporação atribui o aumento a uma série de ações, que, juntas, tem deixado o trabalho de fiscalização em busca de drogas mais efetivo. A intensificação do uso de cães farejadores, o investimento em especialização e qualificação dos policiais e a criação do chamado Grupo de Policiamento Tático (GPT) em diferentes delegacias da PRF no estado são exemplos que contribuem para o resultado. Além disso, o uso mais intenso da inteligência ajuda bastante, na avaliação do inspetor Aristides Júnior, chefe do Núcleo de Comunicação Social da PRF em Minas. “Por sermos uma polícia federal, temos a facilidade de trocar informações com todas as nossas unidades do país. Aí entra nossa área de inteligência, que faz esse trabalho de intercâmbio não só entre a agentes da própria PRF nos estados, mas também com outras forças policiais”, afirma.

Levantamentos da PRF no estado indicam o destaque de duas rotas em relação à maconha e à cocaína.
Normalmente, os entorpecentes passam pelo Triângulo Mineiro nos transportes de grandes quantidades. Em volumes menores, há uma rota importante que usa ônibus de viagem entre o estado de São Paulo e o Nordeste do Brasil. A maior apreensão de maconha do ano da PRF em Minas ocorreu em janeiro, na BR-365, em Patos de Minas, no Alto Paranaíba. Na ocasião, um caminhão-tanque foi abordado no Km 413, e nele foram encontradas 6,5 toneladas da droga. O motorista do veículo com placas de São Paulo disse que a droga saiu de Maringá (PR) e seria entregue em Montes Claros, Norte de Minas, onde também ocorreu a última grande apreensão.



UM FRETE DE R$ 100 MIL 


O motorista responsável pelo transporte de mais de três toneladas de maconha e 50 quilos de cocaína, apreendidos na noite de quinta-feira, na BR-251, em Montes Claros, seria muito bem recompensado pelo serviço. Conforme apurou o Estado de Minas, o condutor, preso em flagrante, receberia R$ 100 mil pelo serviço, 5% dos R$ 2 milhões em que a carga estava avaliada. A suspeita é de que o carregamento pertença a uma quadrilha ligada ao tráfico internacional.
A erva e o pó foram encontrados no caminhão que transportava 330 caixas (9,5 toneladas) de repolho de Santa Helena (PR) para Aracaju, capital do Sergipe. Foi a segunda maior apreensão de drogas registrada neste ano em Minas Gerais.

A descoberta ocorreu quase por acaso, durante uma abordagem de rotina da PRF, no Km 516 da BR 251, a 10 quilômetros de Montes Claros. A dois quilômetros do posto da PRF, perto da ponte sobre o Rio Verde, o condutor foi flagrado pelos policiais fazendo uma conversão para entrar no estacionamento de um posto de combustíveis. O estabelecimento fica à esquerda da rodovia e o motorista cruzou diretamente pista sem parar no acostamento à direita. Ao ser abordado após a conversão irregular, o caminhoneiro demonstrou nervosismo, o que levou os policiais a vistoriar a carga. Entre os repolhos e espalhados por toda a carroceria foram encontrados os 3.110 quilos de maconha e os 50 quilos de cocaína.

Os fardos de maconha estavam marcados com fita azul enquanto os pacotes de cocaína contavam com uma fita branca. O motorista, de 36 anos, informou que estava viajando do Paraná em direção a Sergipe, sem revelar nomes dos donos e a origem da droga. Os policiais levantaram que ele já tem condenação por associação para o tráfico.
O homem recebeu voz de prisão e foi conduzido, juntamente com a carga, para a delegacia da Polícia Federal em Montes Claros. A PF vai investigar qual a quadrilha responsável pelos entorpecentes e qual era o verdadeiro destino do carregamento.

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