O projeto de construção da Catedral Cristo Rei, no Bairro Juliana, Região Norte de Belo Horizonte, será novamente submetido a análise do Comando da Aeronáutica (COMAER), órgão ligado a Força Aérea Brasileira (FAB). Isso acontece devido a instalação da torre de 100 metros de altura que vai exigir uma alteração no plano de voos do Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, na Pampulha.
O projeto já tinha sido apreciado pelo COMAER, em 23 de abril, e teve parecer desfavorável. No documento, emitido em 3 de junho, foi identificado que a torre causaria “efeito adverso à segurança e à regularidade das operações aéreas no Aeroporto da Pampulha”. Para que fosse realizado uma nova análise, era preciso ter a Declaração de Interesse Público, que foi assinada nessa segunda-feira pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
Por meio de nota, o COMAER afirmou que ainda não foi notificado oficialmente. Mas, que uma nova análise será realizada assim que for oficializado. “Ocorrendo a manifestação oficial do interesse público pelo Poder Municipal ou Estadual, o projeto deverá ser novamente submetido à análise do COMAER para o desenvolvimento de um Estudo Aeronáutico visando estabelecer medidas mitigadoras para classificar o prejuízo operacional e garantir a segurança e a regularidade das operações aéreas no aeródromo”, explicou.
Construção da torre
Nessa segunda-feira, a secretária de Política Urbana, Maria Caldas, explicou que a torre tem altura superior ao limite da zona de proteção do aeroporto da Pampulha. “O limite ali seria de 70 metros. É o último projeto do Niemeyer, e a catedral obviamente será um elemento polarizador daquela região, não só pelo seu significado mas pelo simbolismo da arquitetura. A torre é um elemento fundamental do projeto de arquitetura e a reconhecemos como de interesse público permitindo que a Aeronáutica analise e implemente essa alteração no plano de segurança para que seja dado andamento à construção da catedral”, disse.
“Não atrapalha, mas modifica o plano de voo. (A torre) Vai se constituir como obstáculo. Caso seja necessário que o piloto venha a desviar de sua rota, ele fica no mapeamento consciente de que não poderá ir para aquele lado porque ali existe um obstáculo. Então, o plano de fuga, de desvio, considera aquele obstáculo na orientação do piloto”, pontuou a secretária.