O Instituto Médico Legal (IML) identificou 91,5% de corpos das vítimas da tragédia da Vale em Brumadinho. No entanto, das 270 vítimas, 23 ainda seguem sem identificação. Em entrevista coletiva, o médico-legista Thales Bittencourt, superintendente de polícia técnico-científica da Polícia Civil de Minas Gerais, informou que está previsto para o dia 15 a chegada de tecnologia de ponta para realizar o sequenciamento do DNA de 137 segmentos de corpos que estão no instituto. Desse total, com a tecnologia disponível, não foi possível identificar o DNA.
O equipamento
O equipamento é uma doação da Vale e ficará em definitivo e será incorporado ao patrimônio da Polícia Civil. "É um equipamento caro. A Polícia Civil não tinha até o presente momento e desconhecemos que alguma Polícia Civil do Brasil tenha esse equipamento", informou o superintendente. A compra do sequenciador foi uma indicação do Ministério Público, feita dias depois do rompimento da barragem. "Esse equipamento é importado, foi solicitado há muito tempo, alguns meses, mas temos procedimento de importação que demora.
Fragilidade do material
Os peritos explicam a fragilidade do material disponível para análise, o que exige tecnologias mais avançadas para garantir a identificação. Em junho, o IML recebeu uma média de um caso por dia. "os casos ainda chegam. E nós solucionamos na média de 1,76 casos por dia. Estamos solucionando mais casos do que chegam", afirma o superintendente.
Ele explicou que 30 casos foram feitas reiteradas tentativas de retirada de DNA sem sucesso por ser material em estágio avançado de deterioriação. "Aguardamos a chegada do equipamento, previsto para 15 de julho, que vai ser doado para Polícia Civil, Illumina. Vai ser a derradeira tentativa de extrair o DNA", afirma.