Um esquema de estelionatários que estavam recebendo, de forma fraudulenta, indenizações concedidas às vítimas da tragédia de Brumadinho, foi desmantelado pela Polícia Civil. Ao todo, 10 pessoas foram presas desde a última quinta-feira sendo sete de uma mesma família, por aplicar o golpe. O grupo falsificava declarações de saúde para conseguir o benefício. O prejuízo estipulado é de aproximadamente R$ 40 mil. Ao todo, já foram 39 pessoas investigadas e 21 presas em flagrante pelo crime.
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Corpo encontrado em Brumadinho é de técnico em manutenção da ValeCorrida no Inhotim lembra tragédia de Brumadinho e tenta alavancar turismo Mais uma vítima de Brumadinho é identificada e número de desaparecidos cai para 22Bombeiros encontram corpo de vítima da tragédia de Brumadinho Veja detalhes do golpe milionário que enganou médicos e desembargadores Saiba como aproveitadores tentam fraudar auxílios pela tragédia de BrumadinhoPara receber ilegalmente o benefício, o grupo armou um esquema. As investigações apontaram que os criminosos fraudaram declarações do Posto de Saúde da Família (PSF) de Brumadinho. Segundo a delegada Ana Paula Gontijo, responsável pelo caso, a quadrilha fraudou a assinatura da enfermeira e o carimbo utilizada no posto. Até mesmo as letras faltantes do material original foi imitada pelos estelionatários. Não há indícios de participação de profissionais da unidade de saúde no esquema.
As prisões
As investigações apontaram que as declarações foram fornecidas por Ana Cláudia Augusta Gonçalves Batista, de 31 anos. Ela é moradora de Brumadinho e faz jus ao recebimento das indenizações. Porém, ela fez um documento dizendo que o namorado Agnaldo Teixeira dos Santos, de 44, residia com ela, o que não era verdade.
Na última quinta-feira, a Polícia Civil prendeu Agnaldo, Ana Cláudia, e mais seis pessoas. São elas: Nerça Teixeira dos Santos, 37 ; Wilson Basílio Nicácio, 31; Ermelino Franklin dos Santos, 48; Vânia Aparecida Teixeira dos Santos, 40; Romero Teixeira dos Santos, 42. Destes, Agnaldo, Nérsia, Romero e Vânia, são irmãos. Nesta segunda-feira, mais três pessoas foram presas. Paulo Cesar Ribeiro, Elenice Rosa Leal Ribeiro, e Carlos Luiz Geraldo.
Segundo as investigações, Nerça lucrou R$ 12 mil, pois declarou que tinha três filhos. Wilson, que marido da mulher, lucrou R$ 5mil. Já Ermelino, que é casado com Vânia, receber R$ 5 mil, e a companheira, R$ 8 mil, por ter um filho adolescente. Já Romero e Agnaldo, receberam R$ 5 mil cada um.
De acordo com a delegada, Carlos Luiz é apontado como o falsário, que vendeu as declarações falsificadas para Paulo e Elenice. Ele cobrou R$ 4 mil pelo serviço, e teria repasasdo R$ 2 mil a Ana Cláudia. No início, eles vendiam os documentos por quantia entre R$ 500 e R$ 700, mas aumentaram o valor devido a procura.
Buscas continuam
A polícia acredita que mais pessoas devem ser presas nos próximos dias. ““Faremos uma limpeza como fizemos da lista de desaparecidos, da qual retiramos 40 nomes”, afirmou a delegada Ana Paula Gontijo.
A delegada faz um alerta para os golpistas. “O crime de estelionato precreve em 12 anos, então, temos muito tempo para poder achar essas pessoas e apurar estes crimes. Enquanto a pessoa fizer o uso do benefício, ela está sujeita a prisão em flagrante. O que eu aconselho é cancelar este benefício para evitar a prisão em flagrante e reduzir a pena, que é de até 5 anos de prisão”, disse. .