Ouro Preto, na Região Central do estado, completou ontem 308 anos de elevação a vila do ouro, um marco na sua história, com boas notícias para o patrimônio cultural e largada para duas grandes comemorações em 2020: quatro décadas de reconhecimento como Patrimônio da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e tricentenário da Sedição de Vila Rica, episódio que significa também o início de Minas Gerais. “Estamos em entendimento com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pelo tombamento do Centro Histórico, e outras instituições municipais e estaduais para uma programação conjunta”, informa o secretário municipal de Cultura e Patrimônio, Zaqueu Astoni Moreira, presente à missa festiva na capela de Santana, no Paço da Misericórdia.
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Solidariedade busca aliviar frio de quem vive na rua. Veja onde doarBrumadinho: Vale e MP assinam acordo para tratar da captação de água das cidades atingidasRabiscos urbanos: Ouro Preto recebe encontro do movimento 'urban sketchers'Arquivo público de Ouro Preto, criado em 1751, guarda relíquias do Brasil ColôniaFazendeiro é morto a pauladas no Norte de Minas; funcionário dele é suspeito“São muitos eventos importantes para a história de Ouro Preto, de Minas e do país, por isso vamos envolver todos os segmentos da sociedade, principalmente em programas de educação patrimonial”, disse Zaqueu. As obras do Museu Boulieu, por exemplo, podem ser acompanhadas por estudantes, professores, pesquisadores, pessoas interessadas em cultura e os visitantes, desde que com agendamento. Os recursos para a intervenção demandaram investimentos da ordem de R$ 8 milhões, da Vale, via Lei Rouanet, com acompanhamento do Iphan.
GLAURA A comunidade do distrito colonial de Glaura se mantém firme e vigilante diante da obra de restauro da Matriz de Santo Antônio, fechada em 2016 devido ao seu risco de desabamento.
Na primeira etapa, o templo barroco recebeu serviços emergenciais, como instalação de drenos em toda a construção para que auxilie o escoamento da água; rebaixamento do piso na parte de dentro da construção, com retirada das cerâmicas antiga; estabilização da estrutura externa e troca do telhado, substituindo madeiras e telhas que não estavam em bom estado e reforçando as estruturas atuais, além da revisão de para-raios. Fendas e trincas também foram preenchidas.
Além das reformas estruturais, informam os especialistas da prefeitura, ocorre o monitoramento arqueológico, pois, com o rebaixamento do solo, foram encontrados fragmentos de ossos e uma espécie de antiga divisória de terrenos dentro do espaço interno da construção. Para a moradora Ailza da Silva, a obra é um sonho: “A a gente dormia, acordava e o espaço da Igreja não podia ser usado. Então, começarmos a frequentar e acompanhar as reuniões do projeto e vimos que a obra estava se desenvolvendo”.
Zaqueu explicou que se trata de um exemplo de sucesso nacional de uma colaboração participativa da comunidade. “Posso dizer que temos um projeto participativo, porque a comunidade acompanhou cada etapa dele. Tínhamos reuniões periódicas em Glaura e a população pôde acompanhar o dia a dia de todos os desafios de um projeto dessa magnitude.