Jornal Estado de Minas

Grupo de mineiros relata susto com tornado na Grécia

Uma violenta tempestade de curta duração, com vento forte e granizo, matou seis turistas, incluindo duas crianças, além de ter deixado dezenas de feridos, na região de Calcídia, no norte da Grécia,  na noite quarta-feira (madrugada desta quinta-feira no Brasil). O Grupo Folclórico Banzé, de Montes Claros, Norte de Minas, está na Grécia, e um dos seus integrantes divulgou que presenciou a “forte ventania”, mas que toda a delegação brasileira está bem. 
 
 
 
Rogério Athayde Teles, que faz parte do grupo de danças mineiro, fez uma postagem nas redes sociais (Facebook), em que registra que, no momento da tempestade,  estava numa praia na cidade de Nea Anchialos, a 130 quilômetros do local onde ocorreram  as seis mortes, na  Península de Halkidiki,  destino muito procurado por turistas  nesta época do ano, período do  verão europeu. 
 
“Presenciei uma forte ventania aqui na Grécia. Por aqui não houve grandes danos, mas a 130 quilômetros  daqui foi pior e ocorreram seis mortes! Graças a Deus daqui pra frente o tempo ficará firme com muito sol e praia”, relatou Rogério Athayde.  Ele também divulgou vídeos, mostrando o momento  da ventania na praia. Nas imagens, aparecem cadeiras derrubadas pela força do vento, dando para ouvir  um barulho forte. 
 
Na noite desta quinta-feira, Rogério Athayde conversou com a reportagem do Estado de Minas. Ele disse que, além do vento forte, testemunhou a maré subir rapidamente e atingir a calçada,  por volta das 2 horas da madrugada. Mas, que so teve susto. “Graças a Deus, não tivemos nada”, declarou. 
 
O componente do Grupo Banzé relatou que a tempestade aconteceu numa época de forte calor no norte da Grécia. “O calor aqui está forte mesmo.
Quem é Montes Claros para chegar a este calor que está fazendo aqui”, argumentou Rogério. A cidade-polo do Norte de Minas é conhecida pelas altas temperaturas. 
 
O Grupo Banzé realiza uma turnê  e participa de festivais na Grécia, ainda dentro da comemoração dos seus dos 50 anos de existência, completados em 2018. A delegação é composta de 22 pessoas, incluindo  integrantes de gerações passadas do grupo. Nesta quinta-feira,o conjunto folclórico se apresentou na  cidade de Larissa, próxima da região onde ocorreu o temporal. 
 
De acordo com as agências internacionais,  entre os seis mortos na tempestade na Grécia não há brasileiros. Entre as vitimas, estão turistas da Romênia, Rússia e da República Tcheca. Dezenas de feridos foram levados para hospitais. 
 
Nos últimos dias, os termômetros marcavam temperaturas de até 37ºC na região, porém na noite quarta-feira ela foi atingida pelas chuvas de granizo e pelo tornado que durou cerca de 20 minutos, com ventos de mais 100 quilômetros por hora na Península de Halkidiki.
 
Dois idosos tchecos morreram quando os ventos e a chuva viraram seu trailer, informou a polícia.
Uma mulher e um menino de 8 anos, da Romênia, morreram quando o teto de um restaurante do resort litorâneo de Nea Plagia desabou. Um homem e um menino, ambos russos, morreram após a queda de uma árvore perto de hotel na cidade costeira de Potidea, disseram autoridades.
 
Ruas ficaram repletas de pinheiros derrubados pelo vento e motos tombadas. Tetos de madeira foram arrancados e lançados nas praias.
Um correspondente da Reuters viu várias cadeiras de sol e outros destroços perto das praias de Nea Plagia.
 
Presente ao local do desastre, o ministro da Defesa Civil, Mihalis Chrisochoidis, disse que a Grécia está chorando a perda de vidas, e acrescentou: “Nos próximos dias, todos os danos serão reparados”.
 
Tempestades tão severas são incomuns na Grécia, onde os verões costumam ser quentes e secos. A tragédia trouxe lembranças de um incêndio florestal, ocorrido há quase um ano, que atravessou o resort de Mati, atiçado por ventos quentes, aprisionando muitos habitantes e matando 100 pessoas.
 
“É a primeira vez em minha carreira de 25 anos que vivi algo assim”, disse Athansios Kaltsas, diretor do Centro Médico de Nea Moudania, onde muitos feridos foram tratados. “Foi abrupto, repentino”, afirmou Kaltsas. Ele contou que os  pacientes levados à clínica tinham entre 8 meses e 70 anos. Alguns apresentavam ferimentos na cabeça causados por árvores.
 
(com informações de agências internacionais).
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