A massa de ar polar que atuou sobre o estado nesta semana vai perdendo força, mas ainda provoca frio intenso, especialmente para quem está ao relento. As temperaturas mínimas devem ficar entre 14°C e 15°C. A média para o mês de julho é de 13°C. De olho nessa situação, entidades e pessoas físicas se mobilizam para socorrer moradores de rua em iniciativas como a Campanha do Agasalho, dos Diários Associados.
Mesmo para quem não está na rua, a atenção deve estar redobrada, devido à baixa umidade, destaca o meteorologista Ruibran dos Reis, do ClimaTempo. Ontem a Defesa Civil de Belo Horizonte emitiu um alerta sobre o ar seco. A previsão é que fique em torno de 30% no período da tarde até as 18h e abaixo dos 20% no fim de semana. O alerta é válido até domingo. Com elevação da temperatura e sem nuvens durante o dia, há dissipação da concentração de vapor no ar. No final da tarde de ontem, a umidade relativa já havia caído a 23% em Belo Horizonte, onde os termômetros registraram a máxima de 24,7°C.
No Triângulo, Norte e Noroeste do estado a previsão é de umidade do ar também é abaixo dos 20% a partir de hoje. Ontem o registro foi de 23%, com temperaturas em elevação. De acordo com o meteorologista Cléber Souza, a população deve estar atenta à junção da massa de ar frio e seca que prevalece em Minas desde domingo. “Não tem previsão para acabar, mas a tendência é perda da massa fria e aumento da seca”, explicou.
Para agasalhar quem tem frio, os Diários Associados já promovem a Campanha do Agasalho 2019, iniciativa da Jornada Solidária, programa de responsabilidade social do grupo, que começa hoje e se estende durante todo o inverno. De acordo com a coordenadora da campanha, Isabela Teixeira da Costa, o público-alvo são pessoas em situação de rua, por estarem mais vulneráveis às variações do clima, diferentemente de quem tem moradia e, portanto, melhores condições de abrigo.
Participam da arrecadação voluntários e funcionários dos Associados (também voluntários) que arrecadam, separam por tamanho e gênero e distribuem as doações. “Como o inverno está mais rigoroso este ano, começaremos a distribuição por volta das 18h, mais cedo, e nos dirigiremos a lugares com maior concentração dessas pessoas”. Segundo Isabela, no ano passado a jornada contou com a colaboração de motoristas do jornal Estado de Minas. “São eles que circulam por toda a cidade com nossos repórteres e sabem onde estão essas pessoas.”
ONDE DOAR As caixas de coletas estão 24 horas nas portarias do Estado de Minas, na Avenida Getúlio Vargas 291, Funcionários; na TV Alterosa, que fica na Avenida Assis Chateaubriand, 499, Floresta; e no Parque Gráfico, na Avenida Mem de Sá, 526, Santa Efigênia. A coordenadora disse que no ano passado as pessoas pediam muitas meias, cachecol e casacos. Mas que quaisquer vestimentas, além de cobertores, mantas e edredons, também são bem-vindas. Ela pede que roupas e agasalhos em mau estado ou que estejam sujos não sejam doados: “As pessoas que os recebem não têm como lavá-los”, lembra.
Incomodado com a situação de pessoas carentes, o dono de uma banca de revistas na Avenida Brasil, no Bairro Santa Efigênia, Região Leste de Belo Horizonte, resolveu ajudar. Franklin Oliveira, de 50 anos, já conhecido na capital pela proteção dos animais, abriu um varal de agasalhos no seu comércio e no primeiro dia já havia recebido 80 doações. A campanha, que começou nas redes sociais, incentiva os moradores da região a contribuírem também. “Você doaria seu agasalho para quem não tem?”. Com a mensagem convidativa, pessoas passam pelo local e voltam com contribuições ao varal.