Matemática pode ser a matéria que alguns estudantes mais temem e na qual têm mais dificuldade. E a competição por uma boa classificação na disciplina pode ser difícil. Mas foram as fórmulas e equações que levaram alunos da Escola Estadual Presidente Costa e Silva, de Minas Novas, no Alto Jequitinhonha, a serem convidados para representar o Brasil em Taiwan, na prova final da Olimpíada Internacional Matemática Sem Fronteiras. Embora tenham ido muito bem nos testes, outros números estão impedindo a viagem. No caso, financeiros, já que não têm patrocínio para decolar. E pior: eles correm em uma maratona contra o relógio, já que têm até segunda-feira para fazer um depósito de R$ 77 mil, que os permita participar da competição. Até o fechamento desta edição, o grupo havia arrecadado R$ 22 mil.
Leia Mais
'Estudo pouco', diz campeão da olimpíada de matemáticaEstudantes de Contagem embarcam para a Grécia para olimpíadaAlunos do Jequitinhonha precisam agora de passagens para Olimpíada de MatemáticaPorém, agora, a equação é mais complexa: a turma enfrenta o desafio de conseguir verba para embarcar para o outro continente. O convite foi feito apenas no dia 6 deste mês. O objetivo é levar seis alunos, com um acompanhante. "Precisamos de no mínimo três participantes para competir. Gostaríamos de levar a turma toda, mas, é muito difícil. Escolhemos os mais empenhados. Mas a maioria absoluta de meus alunos vem de famílias extremamente carentes, esbarramos na questão financeira, pois cada participante tem que arcar com as passagens, por volta de R$ 7,5 mil, além de um depósito no valor de R$ 3,7 mil para a comissão organizadora do evento", contou o professor. "Infelizmente, o que ganho em um mês de trabalho, com dois cargos de professor, trabalhando pouco mais de 10 horas diárias, não dá pra arcar nem com as passagens de um aluno", acrescentou.
Foram escolhidos para viajar Gabriel Lopes, João Gustavo, Thais Pereira, Eric Soares, Vitor Samuel e João Pedro Avelino, todos de 14 anos. Mas eles destacam que a vitória só foi possível por causa da colaboração de todos os colegas de turma. João Pedro Avelino afirma que sempre teve facilidade em aprender matemática, mas que, depois do 6º ano, a disciplina se tornou ainda mais interessante, quando lecionada por Adalgisio. “Ele sempre nos ensinou matemática mesclando com outros temas, como cultura, cinema e música. Isso tornou a aula muito mais interessante, os alunos passaram a gostar mais”, contou.
Mesmo com muito treino, ele conta que a prova foi muito difícil. A turma do 9º ano foi dividida em grupos de cinco pessoas. “A gente quase não conseguiu entregar. Então, quando saiu o resultado, nem acreditamos”, comemorou. Ele também contou que nunca viajou para fora do Brasil e está muito ansioso com a possibilidade de ir a Taiwan. “Quero muito poder representar o Brasil e conhecer cultura fora daqui. É sair da caixinha”, complementou. Correndo contra o calendário, a turma busca ajuda com amigos, familiares e até moradores da cidade. Ontem, foram até a rua para pedir dinheiro no comércio do Centro da cidade.
A prefeitura da cidade disponibilizou ajuda com logística, como transporte para que os adolescentes tirem o passaporte em Montes Claros, também no Norte de Minas. Foi então que tiveram a ideia de criar uma vaquinha virtual. Por meio da petição online, eles conseguiram, até a publicação desta reportagem, R$ 4.815. Mas, no total, já reuniram R$ 22 mil. “Nós ainda acreditamos. Mas precisamos de ajuda para a propiciar aos meus alunos a realização desse sonho. Peço que quem puder ajude com qualquer valor. Não vamos desistir”, pediu o professor.
PARA AJUDAR
BANCO DO BRASIL
» Agência: 1097-9
» Conta: 36.999-3
» Variação: 51
VAKINHA
» www.vakinha.com.br
» Chave da pesquisa: Rumo a Taiwan
.