Para relembrar o surgimento do movimento LGBT%2b, a comunidade coloriu as ruas da capital mineira neste domingo com o tema “Não aos retrocessos! Revivendo Stonewall”. O Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (Cellos-MG) acredita que cerca de 250 mil pessoas participaram do encontro, superando a expectativa de 200 mil, e batendo o recorde do evento na cidade. Em 2018, 150 mil pessoas foram às ruas. Este ano, a temática retratada teve dois pontos principais: a comemoração dos 50 anos do levante de Stonewall, que marcou o surgimento do movimento social organizado LGBT e a denúncia aos retrocessos nos direitos. Manifestantes fizeram coro de “ele não” em diversos momentos da passeata, em protesto contra o presidente Jair Bolsonaro. Além do viés político, a parada teve muita festa celebrando o amor e a diversidade.
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Na parada gay, Kalil dispara: 'F...-se' os que pensam o contrário"Felicidade é construída, não cai do céu", diz mineiro que nasceu em corpo feminino Parada LGBT colore Centro de BH com as cores da diversidade PM apreendeu mais de 100 celulares na Parada LGBT+ em BH; saiba como recuperarPolicial atira em assaltante que baleou familiares dele na BR-040Bombeiros combatem incêndio na Serra do Curral, em Belo HorizontePoliciais resgatam criança trancada em casa com pitbull em surtoEm junho de 1969, o Stonewall Inn, bar na Região Sul de Manhattan, em Nova York, frequentado por gays, lésbicas e transexuais, foi palco de confrontos entre seu público e a polícia. Os distúrbios começaram na madrugada de 28 de junho e duraram seis dias, iniciando um movimento organizado de luta pelos direitos dos homossexuais. Isso porque até no fim dos anos 1960, o sexo homossexual era ilegal nos Estados Unidos e os gays viviam de modo secreto, com medo de perder o emprego ou suas casas se fossem descobertos. Nenhuma lei protegia a comunidade. Muitas vezes eram atacados nas ruas ou detidos pela polícia por conduta considerada indecente.
A primeira parada de Belo Horizonte, em 1997, então conhecida como Parada do Orgulho Gay, foi promovida pela Associação Lésbica de Minas (Além), em reivindicação pelo reconhecimento à diversidade sexual de gênero, além do respeito aos direitos humanos. “Sua importância está ligada diretamente a visibilidade, orgulho e reivindicação de direitos.
MOBILIZAÇÃO Bandeiras de arco-íris, maquiagens extravagantes com muito glitter e um público de todas as idades. Carlos Ribeiro, de 27 anos, é engenheiro de produção e foi à parada pela segunda vez: “É de extrema importância um evento como este. É a minha primeira vez e eu tô arrepiado com o tanto que as pessoas se apoiam e se querem bem aqui. Parece que estamos blindados contra o tanto de retrocesso que temos presenciado ultimamente.”
Pedro Henrique Lages, de 21, é educador e acredita que ir para a rua é muito importante. “É necessário sair às ruas no momento que vivemos com tantos retrocessos por causa do atual governo. Venho há 4 anos e é muito legal ver a parada crescer.
A programação começou às 11h, na Praça da Estação. Grupos de dança e drag queens se apresentam e, às 16h, o cortejo saiu em direção à Rua Guaicurus, seguiu pela Rua da Bahia até o acesso à Avenida Amazonas, atravessou a Praça Sete e finalizou na Praça Raul Soares. Durante o evento, alguns serviços municipais estavam disponíveis para orientações e atendimentos nas áreas da assistência social, cidadania e saúde, em tendas de atendimento ao público, disponibilizadas pelos organizadores da parada.
APOIO DO PREFEITO Diante da multidão, o prefeito Alexandre Kalil discursou ao microfone no palco na Praça da Estação sobre igualdade e ocupação da cidade. “Primeiro, (digam mais) 'não sei', porque isso é libertador. Depois, virem para quem está ao seu lado e diga 'eu te amo'. E terceiro: 'F...-se' os que pensam o contrário.
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