A polícia prendeu, na tarde desta terça-feira (16), o vereador Marcos Alves de Lima, o Marquinho do Depósito (PSDC), acusado de matar o prefeito de Naque, no Vale do Rio Doce, Hélio Pinto de Carvalho, conhecido como Hélio da Fazendinha (PSDB), no último sábado (13).
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A reconstituição do crime e novos depoimentos não estão descartados.
O vereador Marquinho chegou a ser preso na manhã de sábado pela Polícia Militar (PM), que montou um cerco na região. Contudo, o suspeito respondia pelo crime em liberdade por, segundo a Justiça, não representar risco para a sociedade e ter endereço fixo. Ele foi liberado em audiência de custódia.
O prefeito e o vereador já teriam desavenças antigas. Na manhã de sábado, eles se encontraram onde Marquinho do Depósito comprou um terreno para implantar loteamento ao lado de área da prefeitura.
Segundo testemunhas, o vereador estava instalando uma porteira na entrada do terreno, local em que funcionários da prefeitura teriam jogado entulho. O lixo causou uma discussão entre o suspeito e a vítima.
O prefeito teria atingido o vereador com um chicote, segundo testemunhas. Foi aí que Marquinho do Depósito informou que estava armado. A confusão continuou e, ainda de acordo com o relato dos moradores, o vereador sacou um revólver e atingiu o chefe do Executivo local com quatro disparos. Logo em seguida, Marquinhos deixou o local em uma caminhonete Ford Ranger.
Hélio da Fazendinha chegou a ser socorrido, mas não resistiu e morreu ao dar entrada no Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga, também no Vale do Aço, a 50 quilômetros de Naque.
Enterro
O corpo do prefeito de Naque Hélio Pinto de Carvalho foi sepultado um dia depois do crime, no último domingo, em Governador Valadares, também no Vale do Rio Doce.
O velório aconteceu na Câmara de Naque. Com a morte dele, assume o comando da prefeitura o vice-prefeito Fernando da Costa Silva (PROS).
Legítima defesa
Em entrevista ao chegar a delegacia em Governador Valadares, na tarde de sábado, o vereador e comerciante Marcos Alves de Lima, o Marquinho do Depósito, disse estar arrependido e que agiu em legítima defesa ao apanhar com um chicote, tomado pelo prefeito de suas mãos.
“Ele (o prefeito) me tirou do cavalo, conseguiu me dominar. Tomou a taca (chicote) da minha mão e começou a me dar tacadas”, relatou o vereador. “Atirei como (sic) legítima defesa. Ele é perigoso. Simplesmente me defendi”, assegurou.
O vereador também alegou arrependimento. “Estou sim (arrependido). Quem não se arrepende? Eu tenho filhos, eu tenho família.
Com Luiz Ribeiro e Cristiane Silva
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