Uma onda de estelionatários se formou em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para tentar receber as indenizações da Vale concedidas às vítimas do rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão. Entre os criminosos, 16 foram presos. Nesta quarta-feira, a Justiça estipulou fiança no mesmo valor da fraude para liberar os autores. Como o Estado de Minas mostrou em 7 de julho, até mesmo uma família se mobilizou para ganhar os valores indevidamente.
A decisão é da juíza em substituição na Comarca de Brumadinho, Perla Saliba Brito. As fianças variam entre R$ 5 mil a R$ 12 mil, mesmos valores do que foi indevidamente recebido. Quando não há informação sobre o valor da fraude, a fiança varia entre um e dois salários mínimos.
Mesmo com a liberdade provisória, a juíza determinou algumas medidas que devem ser cumpridas pelos autores. Como a proibição de mudar de residência sem prévia autorização da autoridade competente.
Investigações
Desde o rompimento da barragem, em 25 de janeiro, uma onda de estelionatários invadiu Brumadinho atrás das indenizações a serem pagas pela Vale. Atrás do auxílio emergencial que garante um salário mínimo a todo morador, explodiu a quantidade de transferência e emplacamento de veículos no município – média de 300%. Também aumentou o número de eleitores, que transferiram o título para a cidade. Ao menos 39 pessoas são investigadas.
Um esquema foi desmantelado pela Polícia Civil e terminou na prisão de 10 pessoas, todas da mesma família. Para receber ilegalmente o benefício, o grupo armou um esquema. As investigações apontaram que os criminosos fraudaram declarações do Posto de Saúde da Família (PSF) de Brumadinho. Segundo a delegada Ana Paula Gontijo, responsável pelo caso, a quadrilha fraudou a assinatura da enfermeira e o carimbo utilizada no posto. Até mesmo as letras faltantes do material original foi imitada pelos estelionatários. Não há indícios de participação de profissionais da unidade de saúde no esquema.