A condenação a prisão perpétua do brasileiro Ricardo Godinho, de 41 anos, que assassinou cruelmente a ex-companheira, a mineira Aliny Mendes, de 39, não tirou a dor da família da vítima. Para os familiares, a notícia da sentença foi satisfatória. “Pouco tempo diante de tanta dor”, diz a gerente comercial Andrea dos Santos, que é tia de Aliny. O homicídio foi registrado em 8 de fevereiro deste ano em Londres. Aliny foi atacada a facadas quando estava a caminho da escola de seus filhos. No momento do crime, ela estava com uma das crianças no colo.
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Brasileiro que matou mineira em Londres é condenado a prisão perpétua Itamaraty não deverá pagar traslado de corpo de mulher morta em Londres para o BrasilMineira é morta a facadas em Londres; família de BH tenta arrecadação para trazer corpoDesde o crime, a família dela enfrenta um verdadeiro drama. A partir do momento da realização do julgamento do assassino, que acompanha desde o início, Andrea diz que reviveu toda a dor. Ela conta que foram dias de tristeza, angústia, medo, insegurança e de lembranças. "Recebemos a notícia da prisão perpétua daquele ser que eu, sinceramente, não sei como denominar. Ele arrancou das nossas vidas a oportunidade de construir uma história junto dessa garota que tanto fez para nós, com amor, carinho, afeto e alegria. Uma garota que nasceu para amar, nasceu para ser mãe, nasceu para ser amiga, sobrinha, para ser afilhada.
Para Andrea, é impossível pensar em uma razão para motivar a morte - uma verdadeira monstruosidade, como descreve. "Uma mãe, com quatro filhos pequenos, que saiu daqui para lutar fora, junto de um homem que acreditava ser o grande amor de sua vida. A partir de um tempo, Aliny não aguentava mais as agressões verbais, as diversas humilhações e a tortura emocional que o companheiro fazia. Tudo o que Aliny fez foi tentar dar para os filhos uma condição melhor. E ele cruelmente, friamente, tirou a vida dessa mulher. Sem o menor pudor, arrancou dela a possibilidade de criar os filhos, de cuidar da mãe, dos irmãos. Ele arrancou não só uma vida, e sim parte de todos que viveram com Aliny", pontua Andrea.
Sobre a notícia da condenação, Andrea acredita que é uma primeira parte de tudo o que o criminoso tem para colher.
Quanto às crianças, Andrea conta que a família acredita que ainda precisarão de um bom tempo de cuidado, até por questões psicológicas, mas que serão cobertas de amor. "Agora é pedir a Deus que acolha a Aliny onde estiver e dê a ela a paz que precisa, que interceda e lá de cima olhe pelos filhos dela. (O veredito) foi uma vitória, porque esse homem causou e causaria ainda muito transtorno para outras pessoas", acrescenta.
A condenação
Durante o julgamento, segundo informou a BBC, o acusado confessou apenas o homicídio culposo – quando não há intenção de matar. A promotora Kate Lumson disse que o assasinato foi cometido pelo homem como forma de punir a vítima. Segundo ela, seria uma vingança por Aliny não deixar Ricardo ver os filhos.
Ao condenar o homem, o juiz Thornton lembrou que o crime foi cometido na frente de uma das filhas do casal e ressaltou a forma como o crime foi cometido. "Quando ela começou a cair no chão você continuou a esfaqueá-la”, disse. “Você deixou sua filha vendo sua mãe morrer ... nenhuma criança deveria ter que ver o que sua filha de três anos viu naquele dia”, completou. .