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Estado de Minas

Brasileiro condenado a prisão perpétua: 'pouco tempo diante de tanta dor', diz tia de mineira morta

Brasileiro Ricardo Godinho, de 41 anos, foi condenado pelo assassinato, que aconteceu em fevereiro deste ano


postado em 19/07/2019 17:33 / atualizado em 19/07/2019 18:35

Aliny Mendes tinha 39 anos e foi assassinada em fevereiro deste ano(foto: Reprodução / Facebook)
Aliny Mendes tinha 39 anos e foi assassinada em fevereiro deste ano (foto: Reprodução / Facebook)

A condenação a prisão perpétua do brasileiro Ricardo Godinho, de 41 anos, que assassinou cruelmente a ex-companheira, a mineira Aliny Mendes, de 39, não tirou a dor da família da vítima.  Para os familiares, a notícia da sentença foi satisfatória. “Pouco tempo diante de tanta dor”, diz a gerente comercial Andrea dos Santos, que é tia de Aliny. O homicídio foi registrado em 8 de fevereiro deste ano em Londres. Aliny foi atacada a facadas quando estava a caminho da escola de seus filhos. No momento do crime, ela estava com uma das crianças no colo.

Aliny era mãe de quatro filhos e estava separada. Ela se deslocava para buscar três filhos na escola no momento do crime. De acordo com as investigações, quando passava por uma estrada, em um local considerado tranquilo pelas autoridades, o assassino saiu do banco do passageiro de uma caminhonete e atacou a brasileira. Ele gritou Aliny pelo nome antes de esfaqueá-la.

Desde o crime, a família dela enfrenta um verdadeiro drama. A partir do momento da realização do julgamento do assassino, que acompanha desde o início, Andrea diz que reviveu toda a dor. Ela conta que foram dias de tristeza, angústia, medo, insegurança e de lembranças. "Recebemos a notícia da prisão perpétua daquele ser que eu, sinceramente, não sei como denominar. Ele arrancou das nossas vidas a oportunidade de construir uma história junto dessa garota que tanto fez para nós, com amor, carinho, afeto e alegria. Uma garota que nasceu para amar, nasceu para ser mãe, nasceu para ser amiga, sobrinha, para ser afilhada. Se tentar encontrar nela algum defeito, sei que não vou encontrar. Era uma pessoa que vivia para amar."

Para Andrea, é impossível pensar em uma razão para motivar a morte - uma verdadeira monstruosidade, como descreve. "Uma mãe, com quatro filhos pequenos, que saiu daqui para lutar fora, junto de um homem que acreditava ser o grande amor de sua vida. A partir de um tempo, Aliny não aguentava mais as agressões verbais, as diversas humilhações e a tortura emocional que o companheiro fazia. Tudo o que Aliny fez foi tentar dar para os filhos uma condição melhor. E ele cruelmente, friamente, tirou a vida dessa mulher. Sem o menor pudor, arrancou dela a possibilidade de criar os filhos, de cuidar da mãe, dos irmãos. Ele arrancou não só uma vida, e sim parte de todos que viveram com Aliny", pontua Andrea.

Sobre a notícia da condenação, Andrea acredita que é uma primeira parte de tudo o que o criminoso tem para colher. "Talvez seja pouco tempo diante de tanta dor que foi causada em tantas pessoas. Mas já é muito satisfatório saber que existe justiça e que foi dado a ele extamente o que merecia. Agora é aguardar a justiça de Deus. Tenho certeza que ele vai colher a dor que plantou, a tristeza que deixou em cada coração e o vazio que ficou em cada um que conhecia, amava e fazia parte da vida da Aliny", diz.  

Quanto às crianças, Andrea conta que a família acredita que ainda precisarão de um bom tempo de cuidado, até por questões psicológicas, mas que serão cobertas de amor. "Agora é pedir a Deus que acolha a Aliny onde estiver e dê a ela a paz que precisa, que interceda e lá de cima olhe pelos filhos dela. (O veredito) foi uma vitória, porque esse homem causou e causaria ainda muito transtorno para outras pessoas", acrescenta.

A condenação


Durante o julgamento, segundo informou a BBC, o acusado confessou apenas o homicídio culposo – quando não há intenção de matar. A promotora Kate Lumson disse que o assasinato foi cometido pelo homem como forma de punir a vítima. Segundo ela, seria uma vingança por Aliny não deixar Ricardo ver os filhos.

Ao condenar o homem, o juiz Thornton lembrou que o crime foi cometido na frente de uma das filhas do casal e ressaltou a forma como o crime foi cometido. "Quando ela começou a cair no chão você continuou a esfaqueá-la”, disse. “Você deixou sua filha vendo sua mãe morrer ... nenhuma criança deveria ter que ver o que sua filha de três anos viu naquele dia”, completou.


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