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Estado de Minas

Banhistas arrastados e prejuízos: entenda a ressaca que varreu praias 'mineiras'

Fenômeno que causou morte de belo-horizontino perde força, mas quem ainda vai aproveitar as férias no litoral deve ter cuidado. Entenda o que ocorreu e o que já se sabe sobre o episódio


postado em 24/07/2019 06:00 / atualizado em 24/07/2019 22:56

Em Cabo Frio, no Rio, altura das ondas surpreendeu(foto: Reprodução da internet/WhatsApp)
Em Cabo Frio, no Rio, altura das ondas surpreendeu (foto: Reprodução da internet/WhatsApp)


Turistas que arrumam suas malas para  curtir os últimos oito dias de férias escolares no litoral brasileiro devem se preparar para se deparar com um cenário bem diferente do que costumam encontrar em algumas das praias tradicionalmente mais frequentadas por mineiros. Mais que isso: precisam se precaver sobre cuidados com alertas de mar agitado e risco de ressaca, como a que atingiu a partir do fim de semana destinos conhecidos, como Cabo Frio (RJ), Guarapari (ES) e balneários do litoral baiano. Essas localidades estão entre as mais castigadas pelas condições meteorológicas que engoliram faixas de areia inteiras, arrastaram banhistas e chegaram a matar um belo-horizontino na Bahia, levando dois moradores da região metropolitana de BH a ser resgatados às pressas por salva-vidas no Espírito Santo. Nas praias da cidade da Região dos Lagos fluminense, a informação é de que a ressaca foi a pior em 10 anos.
 
Já na segunda-feira, o mar “mexido” em uma praia em Arembepe, comunidade que pertence a Camaçari, na Bahia, provocou a morte de Cleofas Salviano, de 54 anos, consultor do Banco Central residente em Brasília, mas natural de BH. Segundo a Polícia Militar, ele estava hospedado em uma pousada no município da Região Metropolitana de Salvador. O acidente que tirou a vida do mineiro ocorreu à tarde, na Praia do Piruí. De acordo com os militares, há muitas pedras no ponto em que ele havia entrado na água. O capitão Victor Ferreira Fonseca, da comunicação do Grupamento Aéreo (Graer) da PM baiana, informou que as ondas eram fortes e que foi preciso resgatar o turista de helicóptero.

Em Camaçari, na Bahia, além do prejuízo material, mineiro morreu afogado(foto: Ascom/Graer)
Em Camaçari, na Bahia, além do prejuízo material, mineiro morreu afogado (foto: Ascom/Graer)

 
Foram 10 minutos entre o acionamento do reforço aéreo e a chegada à praia. “Na areia, ele recebeu o primeiro atendimento dos tripulantes. Em seguida, chegou uma unidade do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) que prestou socorro. Posteriormente uma unidade de saúde avançada, com médico, tentou reanimá-lo, mas sem sucesso”, explicou o militar. O corpo do turista foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) de Salvador e o funeral deve ocorrer em Brasília. “Nos últimos dias, houve alerta da própria Marinha indicando condição de mar agitado, fora do normal por questões meteorológicas”, explicou o oficial baiano. Segundo a imprensa da região, as ondas dos últimos dias arrasaram barracas, calçadões e até imóveis na orla.


 
A professora de inglês Gabriela Rosa, de 31, mineira, voltou de Arraial d'Ajuda, no mesmo estado, ontem à tarde e contou que se surpreendeu com o mar agitado nesta temporada. “Nestes três anos, foi a primeira vez que eu vi a praia assim. As ondas estavam muito altas e o mar violento. Não vi ninguém se machucando, mas tive medo”, contou ela.
 
A estudante Bianca Cristina Teixeira Barcelos, de 17, escolheu Porto Seguro para comemorar a formatura do ensino médio. Com colegas de escola, ela chegou à praia no último dia 14. “Nos primeiros dias da viagem, a praia estava bem movimentada, com o sol forte. Mas, a partir do dia 17, o tempo começou a fechar, o céu ficou bastante nublado e chovia pelo menos um pouco todos os dias”, relatou a jovem. Ela ainda contou que o mar estava tranquilo ao chegar, mas depois começou a ficar bastante revolto. “Nos últimos dias nem fui à praia”, completou.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


ESTADO DE ATENÇÃO No litoral Sudeste a situação não é diferente. Praias do Rio de Janeiro e do Espírito Santo muito visitadas por mineiros vêm sendo atingidas por ventos de até 60 quilômetros por hora. A ressaca do mar no litoral capixaba vem tirando o sossego de comerciantes, banhistas e moradores em cidades como Guarapari, Linhares e Vila Velha desde o último fim de semana. Na segunda-feira, dois turistas de 58 e 60 anos, moradores de Nova Lima, na Grande BH, começaram a se afogar na Praia do Morro, em Guarapari.

De acordo com o Corpo de Salvamento Marítimo de Guarapari, as correntes estava muito fortes e o mar, revolto por volta das 16h10, quando os banhistas se arriscaram a entrar na água e foram arrastados. A equipe de salva-vidas, que já havia feito outros resgates ao decorrer do dia, estava em alerta quando percebeu o incidente e salvou os turistas mineiros. De acordo com o último balanço, em apenas nove dias desde o início das férias escolares, 42 pessoas haviam sido socorridas pelos integrantes do serviço. Apenas no último sábado, 12 foram resgatadas.


 
Em Meaípe, uma das praias de Guarapari, na Região Metropolitana de Vitória, a força da água destruiu parte da orla, arrastou veículos e provocou três afogamentos. Parte da Rodovia do Sol (ES-060) teve o asfalto arrancado e o trecho precisou ser isolado. Na Praia da Costa, na cidade de Vila Velha, o mau tempo colaborou para formação de ondas de até oito metros no domingo.



CABO FRIO Na Praia do Forte, uma das mais populares do famoso balneário da Região dos Lagos do Rio de Janeiro, dezenas de famílias foram surpreendidas no sábado por uma grande onda, que invadiu toda a faixa de areia e começou a arrastar banhistas e objetos que estavam na areia. Um vídeo registrado por turistas flagrou o momento e se multiplicou em redes sociais.
 
A mineira Paula Martins e Lins, de 31, vai a Cabo Frio duas vezes por ano, em julho e dezembro, há uma década. “Nunca havia visto o mar do jeito que estava nestes últimos dias: muito agitado, forte e com muitas ondas altas. A faixa de areia diminuiu bastante, devido à ressaca. No ponto da Praia do Forte onde ficamos, não fomos surpreendidos pela ressaca, mas um pouco mais à frente muitas pessoas foram pegas de surpresa pelas ondas. A situação tem deixado a praia bastante suja, com entulhos”, contou, impressionada. *Estagiária sob supervisão do editor Roney Garcia


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