O luto ainda não acabou, feridas estão abertas e a dor não passa. Mas é preciso continuar e reconstruir. Seis meses depois do rompimento da Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, o desafio é dar um passo à frente e retomar a vida num ambiente onde ela parece perdida. Com a principal incógnita para o desastre ainda sem resposta – as razões do colapso –, estão em curso ações de reparação socioambientais e econômicas na intenção de dar respostas à tragédia e sair da fase emergencial para a perene. O maior desafio está posto: encontrar as 22 vítimas ainda desaparecidas.
Com foco ainda na dor e na morte, o apoio psicossocial vai trabalhar com os atingidos agora a perspectiva de vida. “Os órfãos vão se tornar cidadãos de valor, o tempo vai cicatrizar as feridas e as famílias vão abraçar a perspectiva de continuidade e não ficar paralisadas na morte”, aposta Klein. Esse é um dos pontos das reuniões semanais entre o diretor de reparação, a presidência e a diretoria executiva da Vale, dona da barragem que se rompeu em 25 de janeiro. Toda segunda-feira, Marcelo Klein abre o encontro da alta cúpula reportando andamentos da semana anterior. Outras duas agendas semanais incluem relatório sobre o andamento operacional e do suporte de atendimento a advogados e o setor financeiro.
Essa proximidade é destacada pelo executivo como a principal diferença no tratamento da tragédia de Brumadinho em relação à condução do desastre da Barragem do Fundão, em Mariana, operada pela Samarco. “Mais velocidade, poder de execução maior e criando alternativas que constituem vias de acesso aos indenizados para que consigam viver. Toda a Vale está mobilizada na reparação. Ninguém é mais o mesmo depois de 25 de janeiro.”
Dentro de dois meses, outro desafio, dessa vez ambiental, será posto à prova: conter os rejeitos a serem carreados pela água das chuvas. Para enfrentar o período chuvoso e impedir que sedimentos cheguem ao Rio Paraopeba, a Vale está construindo um barramento filtrante, com capacidade para 750 milhões de litros para comportar o material e liberar passagem apenas da água. A ação integra o segundo pacote de obras de contenção de danos ambientais, que começou com uma barreira na confluência do Ribeirão Ferro-Carvão com o Rio Paraopeba. A cortina de estacas metálicas está próxima à nova ponte da estrada Alberto Flores. Tem 75 estacas de aço, que formam uma barreira de 105 metros no rio. A estrutura contém os rejeitos, capta água e a bombeia até a Estação de Tratamento de Água Fluvial (Etaf), de onde é devolvida limpa ao rio. Também está em início a dragagem dos dois primeiros quilômetros do Paraopeba, para restituir a altura natural do leito.
Um conjunto de ações com as comunidades de Pires, Córrego do Feijão e Parque da Cachoeira e trabalhos de grupos de apoio a viúvas e crianças estão no radar da empresa. Em breve, estudo ambiental vai determinar a condição da Bacia do Paraopeba antes do rompimento, os danos causados e as propostas de ações. Na mesma linha, são aguardados os resultados do levantamento socioeconômico, que vai avaliar a constituição cultural e demográfica, para ações de acolhimento e reconexão de pessoas com uma vida normal. “Ficamos com receio de iniciativas redundantes e vazios de ações em pontos críticos. Por isso, é preciso preencher o tabuleiro e garantir todos os recursos”, afirma o diretor especial de Reparação e Desenvolvimento, Marcelo Klein. A diretoria foi criada para dar respostas à tragédia.
Dentro de dois meses, outro desafio, dessa vez ambiental, será posto à prova: conter os rejeitos a serem carreados pela água das chuvas. Para enfrentar o período chuvoso e impedir que sedimentos cheguem ao Rio Paraopeba, a Vale está construindo um barramento filtrante, com capacidade para 750 milhões de litros para comportar o material e liberar passagem apenas da água. A ação integra o segundo pacote de obras de contenção de danos ambientais, que começou com uma barreira na confluência do Ribeirão Ferro-Carvão com o Rio Paraopeba. A cortina de estacas metálicas está próxima à nova ponte da estrada Alberto Flores. Tem 75 estacas de aço, que formam uma barreira de 105 metros no rio. A estrutura contém os rejeitos, capta água e a bombeia até a Estação de Tratamento de Água Fluvial (Etaf), de onde é devolvida limpa ao rio. Também está em início a dragagem dos dois primeiros quilômetros do Paraopeba, para restituir a altura natural do leito.
Um conjunto de ações com as comunidades de Pires, Córrego do Feijão e Parque da Cachoeira e trabalhos de grupos de apoio a viúvas e crianças estão no radar da empresa. Em breve, estudo ambiental vai determinar a condição da Bacia do Paraopeba antes do rompimento, os danos causados e as propostas de ações. Na mesma linha, são aguardados os resultados do levantamento socioeconômico, que vai avaliar a constituição cultural e demográfica, para ações de acolhimento e reconexão de pessoas com uma vida normal. “Ficamos com receio de iniciativas redundantes e vazios de ações em pontos críticos. Por isso, é preciso preencher o tabuleiro e garantir todos os recursos”, afirma o diretor especial de Reparação e Desenvolvimento, Marcelo Klein. A diretoria foi criada para dar respostas à tragédia.
Para ele, o ponto mais crítico é a satisfação da comunidade. “Numa comunidade tão machucada é muito difícil falar em satisfação. Há a preocupação de que o que fazemos está sendo percebido positivamente. A escuta social é muito importante. Escutar das pessoas o que falta, legitimar a demanda, entender o que a comunidade precisa e o que ainda não foi feito”, diz Klein.
“Uma das obrigações é melhorar políticas e práticas da Vale. Assumir a responsabilidade e pôr uma lupa sobre o que está ruim.” A autocrítica sobre os erros virá depois de conhecidas as causas da tragédia, segundo o executivo da Vale. Até outubro, espera-se a conclusão das investigações. “Saber por que se rompeu é interesse máximo para ter ações de melhorias das outras barragens e operações de maneira geral. Algo muito grave ocorreu”, diz. “Brumadinho não passará em branco.”