Jornal Estado de Minas

Tenente é preso por 'fortes indícios' de envolvimento em atentado contra comandante-geral da PM

 

A Polícia Militar (PM) prendeu, nesta terça-feira (30), o tenente Daniel Pereira Rezende, em Belo Horizonte. O oficial é suspeito, segundo investigações conduzidas pela PM e pelo Ministério Público estadual, de se envolver em um atentado ocorrido em 2017 contra o atual comandante-geral da corporação, tenente-coronel Giovanne Gomes da Silva. A detenção é preventiva.


Segundo o porta-voz da polícia, major Flávio Santiago, o tenente foi preso na Academia de Polícia Militar de Minas Gerais, no Bairro Prado, Região Oeste de Belo Horizonte. “Hoje, em face do Inquérito Policial Militar (IPM), foi pedida a prisão preventiva desse tenente por conta de fortes indícios da participação dele nesses disparos”, afirmou o major.


Além do mandado de prisão, a corporação cumpriu dois mandados de busca e apreensão: um no armário do suspeito na academia da PM e outro na casa dele. No alojamento, os militares encontraram algumas granadas da polícia, armazenadas em local inadequado. Contudo, segundo Santiago, num primeiro momento, trata-se de uma questão administrativa em vez de criminal.


Na casa do tenente, a corporação apreendeu cartuchos dos calibres 556 e 357, ambos ideais para fuzis. Algumas balas, inclusive, estavam já deflagradas. Munição de calibre 38 também foi apreendida.


Por não ter licença para portar os calibres mais grossos, Daniel Pereira Rezende também foi preso em flagrante. Ele não resistiu à ação dos militares.


Ainda nesta terça, os militares encaminharam o tenente para o Instituto Médico-Legal (IML) para realização do exame de corpo de delito. A PM o levou para a carceragem do 39º Batalhão, em Contagem, onde ele ficará preso sob custódia do comandante da unidade.


O tenente está há 15 anos na Polícia Militar. "A Polícia Militar sempre trabalha com transparência nas suas ações.

Independente de quem que seja sempre caminhará no processo apuratório", ressaltou o major Flávio Santiago. 


O caso


Em 31 outubro de 2017, pouco depois do coronel Giovanne Gomes da Silva ter sido destacado para o Comando de Policiamento Especializado da Polícia Militar (CPE), a casa do militar foi alvo de disparos no Bairro Caiçaras, Noroeste de Belo Horizonte.


O ataque aconteceu na madrugada daquele dia, por volta das 4h. Ninguém ficou ferido, apesar dos seis disparos realizados por suspeitos em uma motocicleta.


Todos os esforços estão mantidos para o enfrentamento à criminalidade e defesa da sociedade em Minas Gerais, e não seremos tolerantes com nenhuma ação praticada contra encarregados da aplicação da lei”, informou a corporação, em nota, no dia do fato.


As motivações que levaram ao atentado, até aqui, são tratadas como segredo de Justiça. O objetivo é preservar as investigações.

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