Mais duas pessoas foram detidas, na noite desta quarta-feira, sob acusação de mau tratar e torturar idosos na Casa dos Idosos Acolhendo Vidas, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Desta vez, a Polícia Civil de Minas Gerais prendeu Paulo Lopes Ferreira, de 53 anos, e Patrícia Lopes Ferreira, de 21: marido e filha da proprietária do asilo.
Ainda não há detalhes, como nomes das pessoas detidas. A polícia vai convidar a imprensa para uma entrevista coletiva nesta quinta para atualizar as informações sobre o caso.
O órgão investiga a possibilidade de três pessoas terem perdido a vida na estrutura.
Antes dos dois últimos detidos, a polícia já havia prendido, também nesta quarta, o cuidado Jorman Alexander Venâncio do Amaral, 47, acusado de torturar os internos do asilo. O homem estava com um mandado de prisão em aberto.
Segundo a Polícia Civil, o cuidador foi até uma companhia da Polícia Militar (PM) em Santa Luzia, acompanhado de um advogado. A Justiça expediu o mandado de prisão no início da noite e ele acabou preso. O homem será encaminhado para a delegacia, onde deverá ser ouvido.
A dona do asilo, Elizabete Lopes Ferreira, de 47 anos, e a filha dela, Poliana Lopes Ferreira, de 27, já estão presas desde a semana passada. Na última segunda (29), a Justiça mineira, por meio da comarca de Santa Luzia, converteu a prisão das duas para preventiva, por se tratar de um crime doloso cuja detenção pode superar quatro anos.
As investigações aconteceram depois que pacientes vindos da instituição asilar deram entrada no Hospital Madalena Calixto. Eles relaram abusos e maus-tratos ao médico de plantão, que denunciou o caso à polícia.
A delação do profissional da saúde desencadeou em uma operação realizada da Polícia Civil.
Sem alvará
O asilo onde as violações ocorriam mudava de endereço regularmente. Segundo a prefeitura, a vigilância sanitária já havia notificado a instituição privada por irregularidades diversas vezes . Contudo, a proprietária e sua filha sempre abandonavam os imóveis notificados, com objetivo de ludibriar a fiscalização e não cumprir os prazos acordados com o Executivo municipal.
Em 2017, o Ministério Público encontrou o endereço usado à época e, novamente, acionou a Vigilância Sanitária. Naquela ocasião, houve um levantamento das falhas e, desde então, se trabalhava com prazos para adequação às condições exigidas. No dia 10, a Vigilância Sanitária fez uma nova notificação cautelar. Dessa vez, o prazo era de 15 dias para que as exigências fossem cumpridas definitivamente.
Com João Henrique do Vale