Um susto que serve como prefácio para o habitual histórico de incêndios do trimestre formado pelos meses de agosto, setembro e outubro. Ontem, no fim da tarde, brigadistas e bombeiros combateram chamas que trouxeram preocupação para moradores do Bairro Sion, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Quem mora na Rua Patagônia viveu momentos de apreensão sob risco de queda do muro que cerca o Parque Municipal Mata das Borboletas. O fogo atingiu a mata do parque e também pontos da Serra do Curral na mesma região. Segundo o Corpo de Bombeiros, uma guarnição deve se deslocar aos pontos atingidos hoje para verificar a situação. A ocorrência deixa em alerta a corporação e reforça a necessidade de atenção da população. No domingo, outra ocorrência mostrou o perigo do fogo em áreas urbanas ao forçar maternidade a transportar bebês para corredores devido à fumaça. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que, em média, 77% dos focos ativos em Minas Gerais são registrados entre agosto e outubro.
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Incêndio atinge a Serra do Curral na Região Centro-Sul de BHInvasão de fumaça em maternidade evidencia os riscos da temporada de incêndiosIncêndio atinge a MG-010 na tarde deste domingoOuro Preto: fogo na Serra do Capanema ameaça Floresta Estadual do UaimiiIncêndio em mata põe em risco iminente tubulação de gás às margens do Anel RodoviárioDe descuido a crime: incêndios em vegetação urbana cresceram 136% em BHDesabamento em obra deixa ferido em Santa LuziaColégio Sagrado Coração de Jesus ganha novas cores e luzesO Corpo de Bombeiros informou que 16 militares trabalham no local e quatro viaturas foram deslocadas para atender a ocorrência. Foi feita uma varredura no entorno da área para detectar risco e apagar possíveis focos de incêndio. Por volta das 20h, eles trabalhavam apenas no rescaldo.
Morador da Rua Patagônia, no Bairro Sion, Fernando Coelho disse que as chamas começaram por volta das 16h20. "Percebi estava pegando fogo aqui quando vi fuligem na rua. Quando abri a janela, o fogo já estava pegando a extensão do morro quase toda. Isso já é comum, sempre nesta época do ano", detalhou o motorista de van escolar. Apesar do problema, ele garantiu que não teve limitações para trabalhar.
De acordo com a servidora pública federal Sandra Abreu, a situação é comum na região. "Morei no Bairro Belvedere um tempo e sempre acontecia isso. Voltei do trabalho preocupada porque o incêndio era perto aqui de casa. Até abri o (site do) Estado de Minas para ver as notícias", contou.
Esse foi o segundo incêndio que expôs moradores de BH ao risco na semana. No domingo, um incêndio em lote vizinho ao Hospital Sofia Feldman, no Bairro Tupi, Região Norte de Belo Horizonte, assustou médicos, funcionários e pacientes da instituição. Bebês que estavam na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) tiveram que ser retirados às pressas. De acordo com informações de funcionários da unidade médica, 31 crianças estão internadas nas UCIs e foram levadas para os corredores onde não havia fumaça pelas próprias mães.
Números do Inpe não deixam mentir: agosto é o terceiro mês que mais concentra focos ativos de incêndios em Minas Gerais historicamente. A média, desde 1998, é de 1.595. Em setembro, a temporada de queimadas atinge seu ápice e registra média de 3.268 ocorrências. Em outubro, quando as chuvas começam a cair, os dados caem, mas ainda chamam a atenção: 2.760 focos, em média.