Nos olhos e expressões de fiéis e até de religiosos a surpresa de ver a originalidade resgatada do altar da Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem após o restauro. Altar e vitrais do templo no Centro de Belo Horizonte foram revelados neste domingo (4), durante missa com a presença do arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo. "O que os fiéis viram, a surpresa deles, foi a minha também. Este é um lugar de adoração perpétua e essa origem ser resgatada é como um resgate da originalidade da nossa fé eterna", afirmou dom Walmor.
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Nova iluminação da Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem está prontaIgreja de Nossa Senhora da Boa Viagem ficará fechada por quatro meses para obrasIgreja da Boa Viagem ganha painel com foto do altar para ocultar obrasAs próximas etapas da restauração ainda dependem de captação de recursos e doações. “Sobretudo para a parte externa, que é muito rica em detalhes e ampla”, comentou dom Walmor. No templo, a Eucaristia é adorada de forma perpétua, aberto dia e noite, ininterruptamente.
O telhado, um dos pontos mais sensíveis e o acervo, já estão concluídos. Duas capelas laterais, que ficam no interior do templo, também foram restauradas. Nesses trabalhos, a equipe técnica descobriu as cores originais das paredes, barrados e relevos decorativos do Santuário. A imagem da Padroeira de Belo Horizonte, Nossa Senhora da Boa Viagem, do século 18, também foi restaurada.
A restauração ocorreu num esforço dos religiosos sacramentinos, de fiéis e amigos do santuário. Os serviços foram custeados a partir de doações de pessoas físicas e jurídicas, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, assim como doações espontâneas de paroquianos e amigos do Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua – Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem e eventos organizados pela comunidade paroquial.
Inaugurada em 1922 como monumento ao centenário da independência do Brasil, a Igreja Boa Viagem foi chamada de catedral provisória. A história da capital surgiu com a imagem que estava na capela original, em torno da qual nasceu o arraial, formou-se a vila e cresceu a capital.
Segundo as pesquisas, ele trouxe uma imagem da padroeira dos navegantes portugueses, Nossa Senhora da Boa Viagem, que o acompanhou na travessia do Oceano Atlântico. Para homenageá-la e proteger a imagem, Francisco ergueu em suas terras uma pequena capela de pau-a-pique. Como estava na rota dos tropeiros que passavam pela região transportando riquezas do interior do país, a igrejinha recebeu o nome de Nossa Senhora da Boa Viagem e passou a ser conhecida também como a padroeira dos viajantes.
Com o passar dos anos e a enorme devoção dos fiéis, a capela ficou pequena para receber tanta gente e em seu lugar foi erguida uma igreja maior. Mas, com a construção da capital, foi necessário construir um novo templo – o atual Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua Nossa Senhora da Boa Viagem. Em 1932, o título de padroeira da capital mineira foi oficializado pelo papa Pio XII, a pedido do cardeal dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota.