Jornal Estado de Minas

Umeis e escolas fecham com paralisação de terceirizados em BH

Muitas Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) de Belo Horizonte ficaram de portas fechadas nesta terça-feira (06). Cantineiras, auxiliares, servidores responsáveis pelo preparo da merenda e pela limpeza aderiram à paralisação cujo objetivo é rever processo de regularização de terceirizados.

 

De acordo com o  Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH), são 330 escolas municipais e e pelo menos 80% estão parcialmente ou completamente paradas. Serão realizadas duas assembleias na tarde de terça (06) para que os terceirizados decidam se voltam ao trabalho ou iniciam greve. Muitos pais foram pegos de surpresa com a paralisação.

 

O carpinteiro João Madeira, de 29 anos, surpreendeu-se, quando levou a filha Maria Isadora, de 4, para a Umei. "Minha outra filha acabou de nascer, ontem. Talvez, tenham informado aos pais ontem. Não recebemos uma comunicação. Por minha falta de ontem, talvez não tenha ficado sabendo que não tinha aula hoje", afirmou.  João voltou com a filha para casa e terá que levar a criança para a maternidade onde a mulher e o bebê estão internados.

Se a greve prosseguir, ele terá que arrumar lugar para deixar a filha. "A escolinha é sempre boa. A gente trabalha", afirmou.  João apoia a paralisação. "É melhor para as professoras e melhor para os alunos também."

 

Os servidores terceirizados fazem ressalvas ao acordo firmado entre a Secretaria Municipal de Educação, Ministério Público do Trabalho (MPT) e MGS, que se reuniram na segunda-feira (05), com a juíza da 21ª Vara da Justiça do Trabalho. O acordo prevê que o prazo para substituição dos funcionários terceirizados seja até julho de 2023 e não mais julho de 2020, como estava previsto anteriormente.

 

A Emei São João, no Aglomerado da Serra, funcionou parcialmente. Dos 18 funcionários, três cantineiras, três funcionários da limpeza e oito auxiliares pararam. "Atrapalha a rotina de atendimento.

Atrapalha muito", informou. A Emei atende a 280 crianças com idades entre 0 e 5 anos. A MGS realizou processo seletivo para 3.121 vagas. Cerca de 25 mil pessoas participaram do processo seletivo e 2,5 mil foram aprovados. No total, 6,5 mil funcionários terceirizados foram contratados pelo Caixa Escolar. Desse total, 2 mil não foram aprovados e devem ser substituídos até julho de 2023. Outros 2 mil optaram por não fazer o concurso e serão substituídos. 

 

Dos 18 funcionários, dos quatro cantineiros, três passaram no processo seletivo  e um foi reprovado. Na área de limpeza, apenas um dos quatro passou. Outros três alcançaram a pontuação, mas ainda não foram chamados.

Dos auxiliares ao educando apenas três dos nove passaram e levaram a documentação para comprovar tempo de casa. Outros seis candidatos foram eliminados. "São trabalhadores. A revindicação é justa sim. Eles têm muito tempo de trabalho. São pessoas que vêm das comunidades", afirma a vice-diretora Patrícia de Oliveira.

 

Patrícia ressalta que a Emei está localizada em área considerada de risco. "São funcionários que já conhecem a rotina, sabem como funciona. Não precisam pegar ônibus para vir ao trabalho. Eles ajudam a criar vínculo de segurança em área de vulnerabilidade", afirma a vice-diretora.  

 

Terceirizados 

- 6,5 mil funcionários terceirizados contratados pelo Caixa Escolar

- 2,5 mil fizeram o concurso e foram aprovados

- 2 mil não foram aprovados e serão substituídos (ficarão até julho de 2023)

- 2 mil optaram por não fazer o concurso e serão substituídos 

Fonte: Secretaria Municipal de Educação 

 

 

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