A ação de um grupo de estelionatários provocou prejuízos a lojas de aluguel de material para festas em Belo Horizonte. O bando utilizava endereços de imóveis vazios e na responsabilidade de imobiliárias para solicitar a entrega dos produtos. Depois, não devolviam os utensílios locados, como mesas, cadeiras, entre outros. Dois irmãos foram presos, mas a Polícia Civil já identificou outros integrantes da quadrilha. Está sendo investigado se eles aplicaram outros tipos de golpes, como a vítimas da tragédia de Brumadinho, na região metropolitana. Diversos documentos falsos, drogas e dinheiro foram apreendidos.
As investigações da Polícia Civil começaram há três meses depois que a dona de um dos bufês vítimas da quadrilha denunciou o caso. Diante disso, equipes começaram os levantamentos para encontrar os responsáveis pelos crimes. A quadrilha agia sempre da mesma maneira. Acionavam as empresas de festas por telefone e pedia que as encomendas fossem entregues em apartamentos ou casas que estavam para alugar. Para isso, iam em imobiliárias.
“A quadrilha solicitava aluguéis de mesas, rechôs, e material para festas. O grupo ia em imobiliárias e pegava um imóvel vazio para locar. Pedia a chave, parece que até tiravam cópias, e pediam aos bufês para entregar os objetos nesses imóveis. O material era entregues, eles pegavam, colocavam em uma Saveiro e iam embora”, explicou a delegada Adriana Galliac.
O veículo foi a principal prova encontrada pela polícia para chegar até os suspeitos. Imagens de câmeras de segurança de imobiliárias foram analisadas e, por meio dos vídeos, os integrantes identificados. “Recebemos informações de uma das vítimas que o grupo atuava na região do Santo André. Diante disso, a equipe fez campana e conseguiu encontrar a caminhonete”, comentou a delegada.
Por meio das imagens, as vítimas reconheceram os irmãos Mônica Cristina de Freitas Vitor, 44 anos, e Leonardo Pereira de Freitas Dias, de 38, como sendo os autores dos crimes. Diante disso, a polícia pediu a Justiça a prisão dos envolvidos, além de mandados de busca e apreensão.
A prisão
Os mandados foram cumpridos na última segunda-feira em diferentes endereços. Leonardo e Mônica foram presos e assumiram o crime, segundo a polícia. “Assumiram. Leonardo jogou a culpa nas costas da irmã Mônica. Ela diz que estava precisando de dinheiro, passando aperto”, explicou a delegada. Drogas foram encontradas durante as buscas e um terceiro homem preso por tráfico de drogas.
Os materiais levados das empresas não foram encontrados. A polícia procura por outros integrantes da quadrilha e também por pessoas que podem ter comprado esses objetos. “As investigações vão continuar, pois quem comprou esses objetos e mesas, respondem por receptação, mesmo que culposa, é crime”, comentou a delegada.
Passagens pela polícia
De acordo com a Polícia Civil, os irmãos já têm um histórico na vida do crime e até podem estar relacionados com golpes referentes a tragédia de Brumadinho. “A suspeita que tenham aplicado golpe de falsas vítimas de Brumadinho. Leonardo falou que a irmã dele também estava indo em lojas de materiais de construção usando nomes falsos e dando prejuízos. Eles têm várias passagens anteriores. Leonardo, inclusive, já foi preso por tráfico de drogas, e todos os outros investigados por estelionáto, falsificação, e impropriação indébita”, completou Adriana Galliac.