A totalidade territorial da Serra da Piedade e os mananciais Rio Manso e Serra Azul, ambos na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e mais 78 municípios do Norte do estado fazem parte, agora, da Reserva da Biosfera do Espinhaço, em decisão da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O título contempla a fase dois da iniciativa que priorizou na primeira, em 2005, o trecho mineiro – de Ouro Branco, na Região Central, a Diamantina, no Vale do Jequitinhonha – da cordilheira onde se encontra uma das maiores províncias minerais do mundo, com riqueza de biodiversidade. Com o reconhecimento, Minas fica com 172 cidades na área, devendo a fase três chegar à Bahia.
“É uma decisão de muito valor, em especial para a Região Norte de Minas, que dispõe de áreas de importância ambiental e social. Com visibilidade internacional e programas, o título poderá incrementar turismo, pesquisa, educação e conservação. Outro destaque está na presença na Rede Mundial de Reservas da Biosfera”, comemorou, ontem, o secretário-executivo do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, o biólogo Sérgio Augusto Domingues, também presidente da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) de BH. Entusiasmado, acrescentou: “É incrível!” A Rede Mundial reúne 686 reservas da biosfera em 122 países, com 20 sítios transfronteiriços/transcontinentais.
Coordenador do Comitê Estadual da Reserva, professor da PUC Minas e à frente da Agência de Desenvolvimento Regional Integrado da Arquidiocese de BH, o biólogo Miguel Ângelo Andrade explicou que, na primeira fase, o título contemplava apenas parte da Serra da Piedade, incluindo o santuário, mas hoje está toda a extensão do maciço em Caeté e Sabará. E citou, nesse novo pacote, a inclusão do Sítio Ramsar ou territórios de interesse internacional para áreas úmidas em Lagoa Santa, na RMBH.
No caso específico da Serra da Piedade, a novidade chega no momento em que a Arquidiocese de BH recebe peregrinações e deu a largada para a comemoração dos 60 anos de Nossa Senhora da Piedade como padroeira de Minas.
De acordo com a Unesco, o país apresenta volumosas reservas de recursos naturais, vastos biomas contendo massas de água doce e amplas áreas dotadas de rica e complexa biodiversidade.
Em nota, as autoridades informam que “essas riquezas e potencialidades se encontram ameaçadas devido à exploração descontrolada pelo homem e que a situação talvez seja particularmente evidente quanto ao destino de seus principais biomas”. Há mais de 15 anos, a instituição da Organização das Nações Unidas (ONU) coopera com as Reservas da Biosfera, “área na qual o Brasil tem ativa e inovadora atuação, no âmbito do Programa MaB (sigla em inglês para Man and Biosphere ou Homem e Biosfera)”. No entanto, afirma os técnicos, “permanece a necessidade de consolidar as conquistas alcançadas e de aperfeiçoar o funcionamento da rede de reservas da biosfera.
Na Serra do Espinhaço, estão tesouros da biodiversidade e da geodiversidade, ressalta o secretário-executivo do Comitê Estadual, Sérgio Augusto Domingues, destacando além da Serra da Piedade, as serras de Ouro Branco, da Moeda, do Cipó, do Caraça e do Cabral, entre muitas outras num trecho de mil quilômetros em Minas e Bahia, os patrimônios históricos ao longo da Estrada Real (Caminho dos Diamantes), no sentido Diamantina, os campos rupestres e nascentes. “É um conjunto único, que sofre com a atividade da mineração.”
Miguel Ângelo lembrou que, com o título anunciado em reunião no Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), em Brasília (DF), Minas ganha um reforço para implantação de programas de preservação. “Temos um universo muito amplo, com os aspectos sociais, culturais, geológicos, biológicos e outros”, ressaltou. Há saldo positivo dos trabalhos colaborativos e coletivos recentes, lembrou, como dois mosaicos de áreas protegidas reconhecidas (Cipó e Quadrilátero Ferrífero) e aprovação da fase dois da Biosfera do Espinhaço, disse Miguel Ângelo.
De acordo com a Unesco, as reservas da biosfera, criadas no início dos anos 1970, são "locais de apoio da ciência para a sustentabilidade", oferecendo condições especiais para ações interdisciplinares e interações entre sistemas sociais e ecológicos – nesse campo, torna-se fundamental a prevenção de conflitos e o gerenciamento da biodiversidade. Indicadas pelos governos nacionais, ficam sob a jurisdição soberana dos estados onde estão localizadas, com status reconhecido internacionalmente.
Em nota, as autoridades informam que “essas riquezas e potencialidades se encontram ameaçadas devido à exploração descontrolada pelo homem e que a situação talvez seja particularmente evidente quanto ao destino de seus principais biomas”. Há mais de 15 anos, a instituição da Organização das Nações Unidas (ONU) coopera com as Reservas da Biosfera, “área na qual o Brasil tem ativa e inovadora atuação, no âmbito do Programa MaB (sigla em inglês para Man and Biosphere ou Homem e Biosfera)”. No entanto, afirma os técnicos, “permanece a necessidade de consolidar as conquistas alcançadas e de aperfeiçoar o funcionamento da rede de reservas da biosfera.
TESOUROS MINEIROS
Na Serra do Espinhaço, estão tesouros da biodiversidade e da geodiversidade, ressalta o secretário-executivo do Comitê Estadual, Sérgio Augusto Domingues, destacando além da Serra da Piedade, as serras de Ouro Branco, da Moeda, do Cipó, do Caraça e do Cabral, entre muitas outras num trecho de mil quilômetros em Minas e Bahia, os patrimônios históricos ao longo da Estrada Real (Caminho dos Diamantes), no sentido Diamantina, os campos rupestres e nascentes. “É um conjunto único, que sofre com a atividade da mineração.”
Miguel Ângelo lembrou que, com o título anunciado em reunião no Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), em Brasília (DF), Minas ganha um reforço para implantação de programas de preservação. “Temos um universo muito amplo, com os aspectos sociais, culturais, geológicos, biológicos e outros”, ressaltou. Há saldo positivo dos trabalhos colaborativos e coletivos recentes, lembrou, como dois mosaicos de áreas protegidas reconhecidas (Cipó e Quadrilátero Ferrífero) e aprovação da fase dois da Biosfera do Espinhaço, disse Miguel Ângelo.
De acordo com a Unesco, as reservas da biosfera, criadas no início dos anos 1970, são "locais de apoio da ciência para a sustentabilidade", oferecendo condições especiais para ações interdisciplinares e interações entre sistemas sociais e ecológicos – nesse campo, torna-se fundamental a prevenção de conflitos e o gerenciamento da biodiversidade. Indicadas pelos governos nacionais, ficam sob a jurisdição soberana dos estados onde estão localizadas, com status reconhecido internacionalmente.