Na semana em que a Lei Maria da Penha completa 13 anos, a violência contra a mulher explode em Minas Gerais. Ao menos três casos vieram à tona nas últimas 48 horas. No Triângulo Mineiro, assassinatos chocaram a população.
Um deles ocorreu em União de Minas. Lourival Carvalho dos Santos Rocha, de 43 anos, e Ivoneide Conceição de Souza, de 33, foram encontrados mortos dentro de uma casa incendiada. A suspeita é de feminicídio seguido de suicídio.
Em Uberaba, a polícia faz buscas por um homem que matou cruelmente uma mulher em uma residência. Ontem, o autor de uma tentativa de feminicídio contra a ex foi indiciado. A garota ficou com uma faca cravada no rosto e segue internada.
O crime foi registrado no domingo em Belo Vale, na Região Central de Minas. A garota, de 21 anos, foi atingida pelo autor com várias facadas. A motivação seria o fim do relacionamento, de sete anos, que foi rompido no início de 2019. “A vítima foi atingida por vários golpes de arma branca, sendo que a faca ficou cravada no rosto dela. O ex-companheiro fugiu do local”, explicou a delegada Elenita Márcia Cyrano Ferreira, responsável pelo caso. A vítima foi socorrida e encaminhada para o hospital, onde segue internada.
No mesmo dia, a Polícia Civil iniciou as investigações e representou pela prisão preventiva do autor. “No fim da noite de domingo, ele se apresentou na delegacia de plantão de Conselheiro Lafayete (Região Central de Minas), onde o mandado de prisão foi cumprido. Com isso, ele foi levado para o presídio local”, comentou a delegada.
No andamento das investigações, foi descoberto que o relacionamento do casal era conturbado. Porém, a garota não fez nenhuma denúncia contra o ex. “Agora que o fato veio à tona, a vítima informou que sim (era conturbado), embora antes nunca tivesse registrado e levado ao conhecimento das autoridades. Segundo ela, o ex-companheiro não aceitava o fim do relacionamento”, informou Elenita Ferreira.
Em depoimento, o autor do crime afirmou que a separação não motivou as agressões, mas não convenceu a polícia. “Ele conta que o ato foi em razão de uma briga momentânea, o que não se confirmou. Aparentemente, o crime foi premeditado”, disse a delegada. Ontem, o inquérito foi concluído e remetido à Justiça. O homem foi indiciado por tentativa de feminicídio. A delegada informa que pediu a manutenção da prisão preventiva, decretada no domingo.
TRIÂNGULO
No caso de União de Minas, Lourival Carvalho dos Santos Rocha, de 43 anos, e Ivoneide Conceição de Souza, de 33, estavam em processo de separação, segundo as apurações iniciais da Polícia Militar. Na manhã de ontem, os dois foram encontrados mortos dentro de uma casa incendiada.
Os corpos estavam carbonizados. A suspeita inicial é de feminicídio seguido de suicídio. Duas filhas da mulher estavam na escola no momento do crime. A Polícia Civil vai investigar as mortes. Moradores vizinhos à casa, localizada na Rua Dezoito, no Centro, conseguiram conter as chamas com a ajuda de um caminhão-pipa do município. A Polícia Militar foi acionada diante da suspeita de o fogo ter sido colocado propositalmente.
Na casa, foram encontrados os corpos de Lourival e Ivoneide. “O perito comprovou que o homem estava com uma corda no pescoço, o que leva a crer que ele se suicidou. Porém, como os corpos estavam carbonizados, não dá para saber realmente se isso ocorreu. Somente as investigações vão indicar o que aconteceu”, explicou o sargento João Carlos Parpinelli, que atendeu a ocorrência. Testemunhas contaram que Lourival já não morava na residência, pois estava em processo de separação. “Viviam lá a mulher e duas meninas, de 6 e 11 anos. No momento do crime, elas estavam na escola”, contou o militar.
Também no Triângulo Mineiro, a polícia procura pelo autor de um assassinato. A vítima foi encontrada nua com as mãos amarradas para trás e com um fio enrolado no pescoço. O suspeito já tem um mandado de prisão em aberto por estupro. Militares fizeram uma varredura no quintal da residência, pois havia informações de que mais um corpo poderia estar enterrado no local. Mas nada foi encontrado.
O crime foi descoberto na manhã de anteontem. Vizinhos de uma casa localizada na Avenida Alberto Martins Fontoura Borges, no Bairro São Benedito, começaram a notar mau cheiro vindo do imóvel há dias. Como não encontraram o morador da residência, que é alugada, acionaram o proprietário, que também tentou localizar o homem, sem sucesso. Diante disso, foi até o local com as chaves e entrou.
Em um dos quartos, encontrou o corpo de uma mulher em um colchão de casal que estava no chão. De acordo com informações do boletim de ocorrência da PM, a vítima estava sem roupa e com uma coberta por cima. A perícia da Polícia Civil constatou que ela estava com as mãos amarradas para trás com um fio de energia elétrica preso no pescoço. Além disso, indicou possíveis sinais de violência sexual.
Condenado por matar e cimentar mulher
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) condenou ontem Michael Cristian Pereira de Souza e Silva a 20 anos e cinco meses de prisão por participar do assassinato de Simone Aparecida de Jesus, morta a facadas em 2017. O corpo foi cimentado de cabeça para baixo na casa da vítima, no Bairro Araguaia (Barreiro), em Belo Horizonte.
Também participaram do homicídio triplamente qualificado Kellen Pereira de Souza e Silva, irmã de Michael, e Jeferson Eustáquio de Souza Silva, condenado a pegou 22 anos e 7 meses de reclusão em janeiro. O julgamento de Kellen será em 27 de setembro. Segundo a investigação da Polícia Civil, Simone tinha crises de epilepsia frequentes e tomava medicação.
Em uma delas, Michael e Kellen levaram a vítima para o hospital e ela terminou convidando a dupla viver em sua casa. Com a colaboração de Jeferson, os irmãos terminaram dopando Simone antes de esfaqueá-la, como parte de um plano para tomar posse do terreno dela.
Também participaram do homicídio triplamente qualificado Kellen Pereira de Souza e Silva, irmã de Michael, e Jeferson Eustáquio de Souza Silva, condenado a pegou 22 anos e 7 meses de reclusão em janeiro. O julgamento de Kellen será em 27 de setembro. Segundo a investigação da Polícia Civil, Simone tinha crises de epilepsia frequentes e tomava medicação.
Em uma delas, Michael e Kellen levaram a vítima para o hospital e ela terminou convidando a dupla viver em sua casa. Com a colaboração de Jeferson, os irmãos terminaram dopando Simone antes de esfaqueá-la, como parte de um plano para tomar posse do terreno dela.