O assassinato cruel que chocou Divinópolis, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, pode ter sido cometido por uma desavença entre vizinhos. A suspeita do crime teria um atrito com a mãe da vítima, uma menina de apenas seis anos que, possivelmente, foi estrangulada e depois jogada do segundo andar de uma casa. Apontada como autora do homicídio, Sara Maria de Araújo, de 38 anos, foi ouvida e afirmou que a morte da criança foi um acidente. Versão contestada pela Polícia Civil, que a prendeu em flagrante por homicídio qualificado e fraude processual.
O drama e angústia da família da menina teve início nessa quinta-feira. A mãe da garota a buscou na escola, por volta das 17h, e, juntas foram para casa, localizada no Bairro Lagoa dos Mandarins. A mulher contou que estava no telefone conversando com o pai de sua filha, quando ela desapareceu.
A Polícia Militar (PM) foi chamada e, junto aos bombeiros, iniciou uma varredura pela região.
Enquanto a PM estava na região, moradores de uma residência que fica perto da casa da garota ouviram, em seu quintal, um estrondo por volta de meia noite, já no início da madrugada desta sexta-feira. Os militares foram até o local e encontraram o corpo da criança, já sem vida, caído no terreno de uma casa.
A moradora Sara foi presa e encaminhada para a delegacia. Em depoimento dado ao delegado Leonardo Moreira Pio, da Regional de Divinópolis, ela afirmou que a morte teria sido um acidente. “Ela alega que estava na residência, quando a vítima chegou lá. A menina é amiga de infância da filha dela, de 5 anos, e teria manifestado a vontade de brincar. As crianças teriam subido para o segundo andar da residêncai da autora, segundo versão dela. Lá, ela disse que a vítima teria ido até a área de serviço e caído do segundo para o primeiro andar”, disse o delegado.
Contradição
De acordo com Leonardo Pio, a mulher ainda relatou que ficou com medo do que a vizinhança e a família da vítima iriam fazer. Por isso, levou o corpo para o segundo andar e ficou com ele por mais de quatro horas. Os relatos da mulher não convenceram a Polícia Civil, que acredita em assassinato.
Com base em laudos periciais e provas colhidas no local, o delegado afirma que o caso se trata de homicídio. “As provas periciais e de campo desmentem a versão da autora. O tempo de morte da vítima não é compatível. O exame de necrospsia mostra que ela não morreu na queda, mas sim de asfixia provocada pela autora. Além de diversos vestígios. A mulher, ainda, alterou a cena do crime, como forma de ludibriar as investigações”, comentou o delegado.
A motivação seria uma desavença entre Sara e a mãe da vítima. Mas as causas deste atrito não foram divulgados. “Ela acaba confessando em parte. Simplesmente dispensou o corpo por temer represálias da família”, explicou Leonardo Pio.
O inquérito policial deve ser concluído em até 10 dias. Sara será indiciada por homicídio qualificado – por motivo fútil e asfixia – além de fraude processual, pois alterou a cena do crime. Outras pessoas devem prestar depoimento nos próximos dias para ajudar nas investigações.