O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), por meio do 2º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, vai julgar, nesta segunda-feira (12), o policial militar Nedilson Rocha Andrade, acusado de matar Herick Viriato Parreiras Paulino. O caso aconteceu na saída da boate Platinas's Show, na Rua Platina, no Bairro Prado (Região Oeste), durante a madrugada de 2 de fevereiro de 2015.
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A situação gerou uma discussão entre Herick e Nedilson, de acordo com a Polícia Civil. O militar chegou a agredir o rapaz com socos. A dupla foi retirada da boate por seguranças.
Porém, um fato chamou a atenção de quem estava no local: conforme testemunhas, Nedilson disse que era policial militar e que o rapaz deveria “abaixar a bola”.
Ainda conforme a polícia, quando chegou à rua, o cabo da PM viu a vítima relatando a amigos o que havia acontecido. Novamente, o militar quis tirar satisfação com o grupo, que por sua vez, pediu desculpas pelo ocorrido.
Mesmo assim, segundo a polícia, Nedilson sacou sua arma e atirou no ombro de Herick. Os jovens que estavam com ele correram, mas o policial também atirou diversas vezes contra eles.
Uma câmera de segurança gravou todo o fato e foi a principal prova da Polícia Civil para concluir o inquérito. Durante os trabalhos, os investigadores concluíram que a casa de shows tinha detector de metais em sua entrada, por isso não seria possível o militar entrar no local com uma arma sem ser barrado.
A boate também não tinha o nome do suspeito em sua lista daquela noite. As imagens mostram, ainda, que militares não recolheram as cápsulas que ficaram espalhadas pela rua, o que impossibilitou identificar de quem era a arma utilizada no crime. A única informação era que se tratava de cartuchos de calibre 380.
A partir daí, segundo a polícia, investigadores passaram a frequentar boates do bairro para investigar o caso. Nedilson chegou a se apresentar à Polícia Civil, mas repassou informações distintas das vítimas e testemunhas.
Ele disse que agiu para se defender, pois havia sido ameaçado. Ainda assim, o suspeito foi expulso da PM pelo Comando-Geral da corporação. Ele chegou a entrar com um recurso, mas a polícia manteve a decisão.
Nedilson servia ao 22º Batalhão, lotado no Bairro Santa Lúcia, Região Centro-Sul de BH.
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