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Estado de Minas Cozinha mineira

Semana do Patrimônio faz homenagem à culinária de Minas; confira a agenda

De terça a domingo haverá ações conjuntas e gratuitas no Circuito Liberdade, em Belo Horizonte


11/08/2019 04:00 - atualizado 11/08/2019 07:55

Produção de farinhas será foco de inventário temático lançado pelo Iepha durante comemorações do Dia do Patrimônio Cultural 2019(foto: IEPHA-MG/Divulgação)
Produção de farinhas será foco de inventário temático lançado pelo Iepha durante comemorações do Dia do Patrimônio Cultural 2019 (foto: IEPHA-MG/Divulgação)
Lugar do “patrimônio” é, também, na cozinha – ainda mais se temperado pela cultura, admirado com os olhos da arte e recheado de sabedoria popular. Juntando nesse caldeirão outros ingredientes, a exemplo dos sentidos, memórias, histórias e referências, a semana dedicada ao Patrimônio Cultural 2019 traz, como tema, Cozinha e Cultura Alimentar, com ampla programação de terça a domingo (veja quadro) e diversas atividades gratuitas.
 
Segundo os organizadores, a proposta é ocupar a Praça da Liberdade e seus arredores, na Região Centro-Sul, com várias ações realizadas em conjunto com os equipamentos do Circuito Liberdade e parceiros. Nos dias 24 e 25, a Fazenda Boa Esperança, em Belo Vale, também receberá programação cultural e uma feira de produtos típicos das comunidades tradicionais da região.
 
Tendo à frente a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) em parceria com APPA-Arte e Cultura, o evento terá a presença de pesquisadores brasileiros, de Portugal, da Colômbia e do Chile. Além de mesas redondas, oficinas, feiras, intervenções urbanas e exposição de fotografias, será realizado o circuito gastronômico com a participação de bares e restaurantes de BH.
 
A semana do patrimônio tem como data máxima 17 de agosto, dia do nascimento do mineiro Rodrigo Melo Franco (1898-1969), pioneiro na formulação e implementação da política pública de reconhecimento da diversidade da cultura nacional. A presidente do Iepha, Michele Arroyo, lembra que a instituição promove, em agosto, em todo o estado e em parceria com os municípios, a Jornada do Patrimônio Cultural. “Na capital, no Circuito Liberdade há uma semana de ações voltadas para o conhecimento e promoção do patrimônio culinário de Minas”, afirma a dirigente

FARINHAS Durante as comemorações do Dia do Patrimônio Cultural 2019 – Cozinha e Cultura Alimentar, o Iepha lança o projeto de Inventário temático das Farinhas: Moinhos de Milho e Casas de Farinha em Minas Gerais. O objetivo é identificar “locais de produção, produtos e produtores” da matéria-prima que é base da alimentação de grande parte da população. A expectativa das autoridades é que prefeituras, pesquisadores e outros setores da sociedade participem do levantamento de forma colaborativa, por meio do preenchimento do cadastro disponível no site do Iepha.
 
Ao final da pesquisa, serão propostas medidas de proteção e salvaguarda desses bens culturais. A previsão é de que o estudo seja concluído no fim de 2020.
 
Segundo estudos do Iepha, os espaços para a produção das farinhas são base do sustento de muitas famílias e comunidades, funcionando como ponto de encontro e de sociabilidade de pessoas que trabalham e usam esses lugares coletivamente e ali mantêm seus ofícios e tradições.
 
“A importância dos saberes e espaços, associados a outros estudos já feitos, motivou o Iepha a iniciar as pesquisas para identificar os moinhos de milho e as casas de farinha como patrimônio cultural do estado”, explica Michele. Para participar de atividades como oficinas, rodas de conversas, mesas-redondas é necessário fazer inscrição pelo site sympla.com.br/diadopatrimonio.
 
A programação completa está disponível nos sites iepha.mg. gov.br e circuitoliberdade. mg.gov.br. 
  • SERVIÇO
  • Dia do Patrimônio Cultural 2019 – Cozinha e Cultura Alimentar
  • De 13 a 18 de agosto
  • Local: Circuito Liberdade
  • Inscrições: sympla.com.br/diadopatrimonio
  • Programação completa: circuitoliberdade.mg.gov.br
 
 
Belo-horizontino Rodrigo Melo Franco de Andrade inspirou criação do Dia do Patrimônio(foto: Arquivo O Cruzeiro/EM)
Belo-horizontino Rodrigo Melo Franco de Andrade inspirou criação do Dia do Patrimônio (foto: Arquivo O Cruzeiro/EM)

Guardião da memória
inspirou comemoração


Rodrigo Melo Franco de Andrade nasceu em 17 de agosto de 1898, em Belo Horizonte. Estudou em Paris e conviveu com intelectuais, escritores e artistas plásticos brasileiros, entre eles Graça Aranha, Tobias Monteiro e Alceu Amoroso Lima. No Brasil, se dedicou ao curso de direito, iniciado na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro.
 
Aproximou-se de Aníbal Machado, que o estimulou a dedicar-se à literatura, assim como de outras personalidades públicas e de intelectuais como Milton Campos, João Alphonsus, Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Abgar Renault e Oswald de Andrade, entre outros.
 
Em 1937, Rodrigo Melo Franco assumiu a direção do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), atual Iphan, e, durante 30 anos, dedicou-se à preservação do patrimônio cultural brasileiro. A partir daí, a proteção dos bens culturais do país passou a ser sua atividade principal. Deixou a presidência do Sphan em 1967, mas não se afastou da instituição, permanecendo presente como integrante do conselho consultivo até o dia de sua morte, em 11 de maio de 1969.
 
Inúmeros textos escritos por ele foram reunidos e publicados pelo Sphan/ Fundação Pró-Memória sob os títulos Rodrigo e seus tempos – Coletânea de textos sobre artes e letras (1985) e Rodrigo e o Sphan: coletânea de textos sobre o patrimônio cultural (1987). 


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