O segundo crime de extorsão mediante sequestro comandado de dentro do Complexo Penitenciário Nelson Hungria (CPNH) em apenas quatro dias. A Polícia Civil identificou sete homens acusados de raptar um jovem de 21 anos de Bom Despacho, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais.
Segundo a corporação, os líderes do crime pediram R$ 1 milhão à família do jovem para libertá-lo. O pagamento, no entanto, não foi realizado devido ao trabalho da polícia.
A operação partiu de policiais do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp) e da delegacia de Bom Despacho. O órgão dará mais detalhes sobre o crime nesta segunda-feira (12), por meio dos delegados Ramon Sandoli (Deoesp) e Thales Gontijo (Bom Despacho) e do inspetor Marco Matos (Deoesp).
Na última quinta-feira (8), outra ocorrência comandada de dentro da Nelson Hungria saltou aos olhos. Preso na estrutura, Daniel Augusto Cypriano foi o mentor intelectual do sequestro de uma criança de 7 anos, ocorrido em Florestal, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O crime durou dois dias e os bandidos pediram R$ 300 mil para a liberação do garoto. No cativeiro, a polícia encontrou carrinhos, máscaras de super-herois e até videogame, aparentemente para entreter a vítima.
Cypriano já liderou, inclusive, um motim na cadeia de segurança máxima em fevereiro de 2013.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), mas a pasta ainda não se posicionou. Caso o governo de Minas se manifeste, essa matéria será atualizada.
Interdição
Também na última quinta, o juiz Wagner de Oliveira Cavalieri interditou a Nelson Hungria. No documento, Cavalieri destaca que a medida precisaria ser tomada “ante a inércia da administração prisional e a escancarada piora do cenário encontrado no complexo penitenciário”.
O déficit de agentes penitenciários também foi ressaltado pelo juiz. “A direção do CPNH informou sobre as dificuldades de soltura dos presos para o banho de sol em razão das baixas do GIR (Grupo de Intervenção Rápida). Impõe-se registrar que não é ou não deveria ser atribuição do GIR a soltura de presos para banho de sol ou para atendimentos diversos”, comunicou.
O que diz a Sejusp
Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que tem somado esforços com instituições parceiras para promover melhorias a curto, médio e longo prazo nos presídios do estado. "A expectativa é que até o primeiro semestre de 2020 sejam criadas aproximadamente 2.500 novas vagas oriundas de ampliações e construções de unidades", informou a pasta.