Bem aos pés da Serra da Piedade, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, uma surpresa aguarda os milhares de peregrinos que anualmente sobem a montanha para rezar, refletir, curtir a paisagem, tomar um chocolate quente ou simplesmente aproveitar o clima de paz do ambiente. Embora as duas basílicas no topo do maciço sejam em louvor a Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas, quem dá as boas vindas aos visitantes agora é São Francisco de Assis. A um quilômetro da portaria do santuário, no local chamado Cascalhinho, está pronta a escultura dedicada ao protetor dos animais e da natureza, obra de Vilma Nöel, natural de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, que divide tempo e arte entre Belo Horizonte e Nova York (EUA).
Na próxima quinta-feira, Dia da Assunção de Nossa Senhora, terão continuidade as grandes romarias ao topo do maciço, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Com o jubileu da padroeira e a largada para as comemorações dos 60 anos da proclamação da santa como padroeira de Minas, são esperadas no feriado cerca de 10 mil pessoas durante a 24ª Peregrinação da Juventude. A próxima, de acordo com informações da Arquidiocese de BH, será no dia 31, com a 6ª Peregrinação Mineira do Terço dos Homens.
Liberdade espiritual
A inspiração para a imagem de São Francisco partiu do pró-reitor do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, padre Carlos Antônio da Silva, explica o reitor Fernando César do Nascimento, que recebe, por ano, cerca de 500 mil pessoas na Serra da Piedade e gostou do resultado. O líder religioso destaca que “São Francisco de Assis teve a coragem de vivenciar, no seu tempo, uma liberdade espiritual, de sonhar e de olhar o mundo de forma diferenciada, daí o despojamento e o carinho do peregrino que se encantou com o Cântico das Criaturas”. “Assim, chegando à Basílica Nossa Senhora da Piedade, nesta magnífica arquitetura divina, tudo é contemplado na escultura de São Francisco, nos acolhendo no coração da Mãe Terra”, disse.
Satisfeito ao ver a integração entre a escultura e a paisagem, padre Carlos Antônio considera a novidade aos pés da Piedade “um espetáculo de obra”. E ressalta: “A cada dia, a natureza esculpe a céu aberto um templo sagrado, fortalecendo nossa comunhão, solidariedade e missão junto ao papa Francisco, em súplica constante para cuidar, zelar e preservar nossa casa comum, que é o meio ambiente”.
Já no alto, o visitante poderá visitar a imagem do Cristo no Horto das Oliveiras, rodeada por 75 oliveiras plantadas em 2017. A escultura foi mostrada com exclusividade pelo Estado de Minas na edição de 25 de janeiro daquele ano, quando dom Walmor falou sobre a beleza da paisagem vista da Serra da Piedade e da relevância da região. “Este é um sítio ecológico, um jardim com muitas particulares, um lugar que devemos preservar”.
O Horto ou Jardim das Oliveiras foi recriado no alto das montanhas de Minas, em comunhão total com a natureza e num ponto perfeito para orações e contemplação da paisagem. Feito em pó de granito, pesando uma tonelada e embelezado pelo paisagismo de Maria das Graças Drumond Souza Lima, a obra de Vilma Nöel fica perto da Arena da Amizade e se tornou mais um ponto turístico para brasileiros e estrangeiros que visitam o santuário.