A tragédia da Vale em Brumadinho completa 200 dias nesta segunda-feira. O rompimento da barragem de Córrego do Feijão, ocorrida em 25 de janeiro, deixou cerca de 300 vítimas entre mortos e feridos. O trabalho do Corpo de Bombeiros ainda não acabou e permanece na busca por 22 pessoas que ainda não foram localizadas.
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Estratégia
As máquinas têm sido importantes ferramentas de trabalho. “É importante porque conseguem alcançar maior quantidade de rejeito, tornam o trabalho mais fácil e apoiam as equipes”, contou Aihara.
Segundo o bombeiro militar, a operação ainda não tem previsão de término. A dificuldade de encontrar os corpos permanece por causa de seu estado de decomposição avançado, que dificulta o trabalho de localização e, posteriormente, de identificação pelo Instituto Médico-Legal (IML).
Uma nova estratégia foi pensada para iniciar nesta segunda-feira. De acordo com o Corpo de Bombeiros, cerca de 90% dos corpos foram encontrados até três metros de profundidade, por isso, a partir de hoje, os militares começaram a revisitar todas as áreas pela superfície, sem concentrar na profundidade.
Empatia
“Até que todas as possibilidades sejam esgotadas, a gente continua. A operação de Brumadinho não é de resgate de corpos, é de resgate de dignidade, direito à memória, da característica humana dessas pessoas”, afirmou Pedro Aihara.
Segundo o bombeiro, os sobreviventes são vítimas do rompimento da barragem assim como as pessoas que morreram. “A gente sabe da importância de ter os corpos para velar. Enquanto não tem o corpo localizado, a família não consegue ter Natal, não consegue ter Páscoa, não consegue comemorar aniversário”, lamentou Aihara.
*Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz