Acordo de cooperação firmado ontem com foco nas artes vai pôr sob o mesmo guarda-chuva uma série de ações promovidas em conjunto pela Secretaria Municipal de Cultura e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os projetos de ensino, pesquisa e extensão com foco na juventude terão vigência de quatro anos, com possibilidade de prorrogação. Além de fortalecer o que já está em curso, a parceria vai identificar novas demandas e explorar o desenvolvimento do cenário cultural da cidade. As iniciativas têm o desafio de impulsionar o aprendizado dos universitários, melhorar o dia a dia do trabalho nos equipamentos públicos, mostrar a riqueza cultural e popular da capital e deixar à mostra valores transmitidos pelas artes.
“Pensamos num convênio abrangente, mas que tivesse metas definidas. A parceria tem o papel de possibilitar que a secretaria cumpra suas funções com eficácia maior”, disse o secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira. “A cultura é ampla. Não dá para trabalhar tudo sem se estabelecer parceria com outros entes e universidades, que é uma frente importante pela função e experiência que desenvolve em várias áreas”, acrescentou.
Atualmente, a secretaria e a UFMG mantêm parceria por meio de diversas unidades. Exemplo é a Diretoria de Promoção dos Direitos Culturais e a Faculdade de Educação, unidas para aprofundar seus projetos de formação artística e cultural. A Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) atende a uma demanda por projetos com mestres da cultura popular, por meio da disciplina Encontros dos Saberes. Várias ações regulares promovem o aprimoramento no ensino e extensão de cursos como biblioteconomia, museologia e conservação/restauração de bens culturais. Nos museus da Prefeitura, os universitários podem fazer visitas guiadas, praticar técnicas de aprendizagem por meio de aulas e oficinas e usar acervos exclusivos como material de pesquisa.
Entre as ações programadas, está o tombamento de bens culturais. A Diretoria de Patrimônio Cultural, Arquivo Público e Conjunto Moderno da Pampulha buscam o apoio da Escola de Arquitetura para agilizar a inscrição, no livro do tombo, do acervo localizado no Conjunto Urbano Bairro Lagoinha, Bonfim e Carlos Prates. A ideia é que a escola contribua com a elaboração de descrições de estilos e levantamentos arquitetônicos e fotográfico das edificações.
A reitora da UFMG, Sandra Goulart, destacou que a missão da instituição é servir à cidade e ao estado. “Formamos recursos humanos para o país, mas também temos papel muito importante no desenvolvimento local e regional”, afirmou. “Num país polarizado, é muito importante para nós poder transmitir as noções de entendimento e respeito ao outro pela arte e a cultura.”