Além disso, uma creche funciona normalmente logo abaixo do barranco. “Vivemos apreensivos. Toda vez que chove é aquela preocupação, noites sem dormir”, diz Wellington de Faria, morador de uma das casas.
Na casa da vizinha Josiele Ribeiro, que mora com outras quatro pessoas, os problemas são ainda maiores. O imóvel, que é do pai dela, está a menos de um metro da beira do barranco e as rachaduras só aumentam. “Tinha uma trinca no quarto, que meu pai já tampou, que cabia o braço de uma pessoa”, aponta Josiele.
Município foi condenado a encontrar solução
Em 2012, a Justiça condenou o município de Pouso Alegre a encontrar uma solução para o problema depois que sete das 11 famílias entraram com uma ação contra a prefeitura por não terem para onde ir. A prefeitura chegou a oferecer um aluguel social, mas a medida não foi para frente.
Este ano, o Executivo conseguiu aprovar um projeto de lei na Câmara Municipal que autoriza a construção de um prédio, com 12 apartamentos, para onde serão levadas as famílias da Rua Curruíra. A construção ainda não teve início. O terreno que vai abrigar o residencial fica a cerca de 300 metros de onde as famílias moram atualmente. A prefeitura lançou edital e aguarda empresas interessadas em construir os apartamentos.
Segundo o secretário municipal de Políticas Sociais, João Batista de Lima, a construção deverá ficar pronta em um ano. “Serão dois conjuntos de seis apartamentos cada, com garagem e playground para eles se sentirem bem em suas residências.”
Imóveis serão demolidos
Os imóveis condenados pela Defesa Civil serão demolidos assim que os moradores saírem. No local, a prefeitura pretende montar uma área de convívio comunitário.
O morador José dos Santos afirma que gostaria de se mudar para uma casa, mas qualquer lugar que esteja em segurança já o faz ter esperança de dias melhores. “Antes isso do que ficar aqui sofrendo do que jeito que estamos. Chove, aí você fica apreensivo. De uma hora para outra pode cair tudo”.
(Magson Gomes, especial para o EM)