A Polícia Civil investiga uma suposta ameaça de ataques a ônibus, prédios e veículos públicos de Minas Gerais. A violência seria comandanda por detentos da Penitenciária Professor Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Por meio de uma carta, que foi entregue ao motorista de um coletivo em Vespasiano, os detentos reclamam ´de tratamento dispensado a eles e seus familiares.
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Facção criminosa responsável por onda de ataques em Minas é condenadaForça-tarefa identifica 22 presos que ordenaram ataques a ônibus em MinasPM prende homem apontado como o mandante de ataques a ônibus em BHDetento é encontrado morto em banheiro de penitenciária de Governador Valadares Saiba como agiam criminosos que roubavam relógios Rolex em BH Polícia Civil desmonta esquema milionário de pirâmide financeira em MinasNa carta, assinada por Mesa Carcerária, que o Estado de Minas teve acesso, os supostos detentos afirmam que se as reclamações deles não forem atendidas, irão mandar outros criminosos que já passaram pelo sistema prisional “para começar um atentado na Grande BH e cidades grandes”. “Vamos mandar queimar ônibus, carros das prefeituras, veículos públicos, veículos de oficiais e etc”, afirmaram.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) informou que acionou a Polícia Militar (PM) quando teve conhecimento de cartas entregues a motoristas. “As cartas traziam reivindicações e ameaças, e o Sintram acionou a Polícia Militar e registrou um boletim de ocorrência. O Sindicato também informou as garagens das empresas sobre o ocorrido, orientando a fazerem contato imediato com a PM, por meio do 190, em caso de qualquer anormalidade”, explicou.
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A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que o material está sendo analisado. “A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) contribui com a Polícia Civil na apuração da procedência e legitimidade da carta supostamente ligada ao sistema prisional ao mesmo tempo que avalia o conteúdo do material”, disse.
Ataques em Minas
Minas Gerais passou por uma onda de violência e ataques a ônibus desde 2017. Entre várias operações, uma força-tarefa composta por integrantes do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Secretaria de Administração Prisional e polícias Civil e Militar atuou na desarticulação daqueles que determinaram o ateamento de fogo a ônibus e bens públicos. Vinte e dois criminosos que já se encontravam detidos, sendo um deles em uma instituição federal, foram identificados como responsáveis pelos ataques.
Em resposta, a administração do estado providenciou a transferência e o isolamento de presos. Uma série de matérias do Estado de Minas mostrou que os crimes teriam sido motivados pelo descontentamento dos presos com a rigidez do sistema carcerário mineiro, vingança por mortes de criminosos da facção e retaliação por prisões e apreensões de oportunistas não ligados ao crime organizado que estavam se aproveitando da situação.
A organização criminosa responsável pela onda de violência foi condenada pela Justiça em março deste ano. Foram sentenciados a penas que variam de 22 a 32 anos de prisão, em regime fechado, 25 membros da quadrilha. O julgamento aconteceu no fim de 2018 e contou com um forte esquema de segurança no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. A audiência durou três dias na 2ª Vara de Tóxicos e contou com um forte aparato policial. Aproximadamente 280 policiais trabalham na segurança do local e na escolta dos réus.
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