A cidade que abriga o mais importante complexo minerário da Vale em Minas será ocupada depois de amanhã por tropas e viaturas das forças de segurança do estado. O reforço no efetivo se deve ao maior simulado de rompimento de barragens já feito no Brasil, marcado para as 15h em Itabira, na Região Central, com a expectativa de envolver cerca de 19 mil pessoas de mais de oito mil imóveis, localizados em 27 bairros.
“Em função das várias notícias de barragens em Minas, da quantidade de pessoas que moram próximo às barragens em Itabira e pelo momento que as barragens na cidade têm de estabilidade planejamos simulado de forma preventiva para as pessoas tomarem conhecimento dos pontos de encontro, das rotas de fuga, para que possam ser informadas sobre o melhor local para deslocar em caso de rompimento”, afirmou o coordenador-adjunto de Estado de Defesa Civil, tenente-coronel Flávio Godinho. Ele garante que hoje não há risco algum em função das represas. “Todas permanecem dentro do parâmetro de segurança. Não teve alteração do nível de emergência.
Sábado, a cidade recebe uma tropa de alunos da academia da Polícia Militar, viaturas da Polícia Militar Rodoviária (PMRv) e do meio ambiente. Algumas vias serão interditadas no momento da simulação. “Se ocorresse um rompimento, teríamos de bloquear acessos, pois estamos simulando uma situação real para que todos estejam preparados para fazer frente às necessidades, disse.
A atividade, de caráter preventivo, envolverá aproximadamente 19 mil pessoas. Essas áreas estão nas zonas de autossalvamento (ZAS) das barragens Itabiruçu, Conceição, Rio de Peixe, Sistema Pontal e Cambucal l e ll, e zonas de segurança secundária (ZSS) urbana de Itabiruçu e Conceição. Empregados da mina Conceição, que estiverem trabalhando no dia e horário do simulado, também participarão do exercício.
A ZAS é a região à jusante da barragem, cuja distância pode ser considerada em cerca de 10 quilômetros ou o tempo de chegada da onda, no caso de rompimento, for de 30 minutos. Já a ZSS é a área posterior à ZAS. O simulado faz parte do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) e do Plano de Contingência e Evacuação de Itabira, este último elaborado por uma equipe multidisciplinar formada por representantes das defesas civis Estadual e Municipal, Prefeitura de Itabira, Vale, polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e Ministério Público de Itabira.
Até amanhã, haverá uma série de reuniões de trabalho entre todas as agências do estado e do município envolvidas na ação. O objetivo é chancelar os planejamentos, procurar todos os pontos de encontro, verificar as placas das zonas de fuga e olhar a situação geral da cidade. Hoje, todas as pessoas que trabalharão no evento se encontram. Cerca de 4 mil profissionais estarão envolvidos na organização e condução do evento. Sábado, estão previstas duas palestras, às 9h e às 11h, para informar à população sobre o funcionamento do simulado. Também estão previstos encontros com os líderes comunitários e com a Junta Comercial de Itabira para apresentar aos empresários a importância da ação. “O simulado não é da Vale, não é da Defesa Civil. É da população de Itabira. Os protagonistas são as pessoas. Elas sim precisam saber das informações”, destacou o tenente-coronel Godinho.