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Estado de Minas DEFESA CIVIL

Aplicativo que dá alerta de rompimento de barragens vai ser testado em Minas

Desenvolvido pela Vale em parceria com a Defesa Civil Estadual, o aplicativo é baseado em navegação GPS para smartphones e está disponível para download gratuito no sistema Android


postado em 15/08/2019 06:00 / atualizado em 15/08/2019 08:17

Placa indica rota de fuga em área residencial de Itabira: aplicativo desenvolvido pela Vale e Defesa Civil vai direcionar usuários para essas saídas e pontos de encontro(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press %u2013 21/3/19)
Placa indica rota de fuga em área residencial de Itabira: aplicativo desenvolvido pela Vale e Defesa Civil vai direcionar usuários para essas saídas e pontos de encontro (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press %u2013 21/3/19)

No evento considerado o maior simulado de rompimento de barragens do país, a tecnologia se apresentará como aliada em caso de desastres. Sábado, será testado de maneira inédita em Itabira, na Região Central de Minas, a primeira versão do aplicativo Alerta de Barragens, programa que orienta sobre rotas de fuga, pontos de encontro e locais seguros.

Assim que aberto na tela do celular, o programa identifica a localização da pessoa e indica, caso esteja numa zona de autossalvamento (ZAS), qual é a rota de fuga para o ponto de encontro mais próximo. Caso esteja fora da ZAS, aparece uma mensagem sinalizando que a pessoa está em área segura. Nesta primeira versão de teste, o aplicativo está apto apenas para o município de Itabira.

Desenvolvido pela Vale em parceria com a Defesa Civil Estadual, o aplicativo é baseado em navegação GPS para smartphones e está disponível para download gratuito no sistema Android. Em breve, também será disponibilizado para o sistema IOS. A novidade faz parte de uma ação que está sendo planejada desde fevereiro. Ela está marcada para as 15h em Itabira, na Região Central, com a expectativa de envolver cerca de 19 mil pessoas de mais de 8 mil imóveis, localizados em 27 bairros.

A cidade que abriga o mais importante complexo minerário da Vale em Minas será ocupada depois de amanhã por tropas e viaturas das forças de segurança do estado. “Em função das várias notícias de barragens em Minas, da quantidade de pessoas que moram próximo às barragens em Itabira e pelo momento que as barragens na cidade têm de estabilidade, planejamos simulado de forma preventiva para as pessoas tomarem conhecimento dos pontos de encontro, das rotas de fuga, para que possam ser informadas sobre o melhor local para se deslocarem  em caso de rompimento”, afirmou o coordenador-adjunto de Estado de Defesa Civil, tenente-coronel Flávio Godinho. Ele garante que hoje não há risco algum em função das represas. “Todas permanecem dentro do parâmetro de segurança. Não teve alteração do nível de emergência.”

Sábado, a cidade recebe uma tropa de alunos da Academia da Polícia Militar, viaturas da Polícia Militar Rodoviária (PMRv) e do Meio Ambiente. Algumas vias serão interditadas no momento da simulação. “Se ocorresse um rompimento, teríamos de bloquear acessos, pois estamos simulando uma situação real para que todos estejam preparados para fazer frente às necessidades, disse.

A atividade, de caráter preventivo, envolverá aproximadamente 19 mil pessoas. Essas áreas estão nas zonas de autossalvamento (ZAS) das barragens Itabiruçu, Conceição, Rio de Peixe, Sistema Pontal e Cambucal l e ll, e zonas de segurança secundária (ZSS) urbana de Itabiruçu e Conceição. Empregados da mina Conceição, que estiverem tralhando no dia e horário do simulado, também participarão do exercício.

PLANEJAMENTO A ZAS é a região a jusante da barragem, cuja distância pode ser considerada em cerca de 10 quilômetros ou o tempo de chegada da onda, no caso de rompimento, for de 30 minutos. Já a ZSS é a área posterior à ZAS. O simulado faz parte do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) e do Plano de Contingência e Evacuação de Itabira, este último elaborado por uma equipe multidisciplinar formada por representantes das defesas civis Estadual e Municipal, Prefeitura de Itabira, Vale, polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e Ministério Público de Itabira.

Até amanhã, haverá uma série de reuniões de trabalho entre todas as agências do estado e do município envolvidas na ação. O objetivo é chancelar os planejamentos, procurar todos os pontos de encontro, verificar as placas das zonas de fuga e olhar a situação geral da cidade. Hoje, todas as pessoas que trabalharão no evento se encontram. Cerca de 4 mil profissionais estarão envolvidos na organização e condução do evento. Sábado, estão previstas duas palestras, às 9h e às 11h, para informar a população sobre o funcionamento do simulado. Também estão previstos encontros com os líderes comunitários e com a Junta Comercial de Itabira para apresentar aos empresários a importância da ação. “O simulado não é da Vale, não é da Defesa Civil. É da população de Itabira. Os protagonistas são as pessoas. Elas, sim, precisam saber das informações”, destacou o tenente-coronel Godinho.

A Vale contratou uma consultoria, que foi de casa em casa fazendo busca ativa e qualificando todas as pessoas na zona de autossalvamento e de segurança secundária. O trabalho envolveu mais de 200 profissionais, que visitaram cerca de 8 mil imóveis da região. Foram mapeadas informações como número de moradores, idade, necessidades especiais, além do registro de animais domésticos, equipamentos públicos e estabelecimentos comerciais. A equipe também orientou os moradores sobre procedimentos de segurança a serem seguidos em caso de emergência com barragem de mineração. Durante a abordagem, foram entregues, ainda, materiais com mapas das rotas de fuga e dos pontos de encontro, além dos telefones de contato da Defesa Civil e da Vale. Mais de 1.800 placas de sinalização de rotas de fuga e pontos de encontro foram instaladas no município. “Isso facilitou muito trabalho não só para a Defesa Civil, como para Bombeiros e polícias Militar e Civil”, afirmou Godinho.


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