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Estado de Minas

Viajou para curtir o friozinho? Cuidado com os aquecedores

Quem emendou o feriado ou vai sair neste fim de semana precisa ficar atento aos métodos de aquecimento usados pelas hospedagens em cidades de clima mais frio


postado em 16/08/2019 06:00 / atualizado em 16/08/2019 08:40

Nas férias, George Sabino e Sílvia Quintão foram para o Sul de Minas e, apesar de certo temor, não tiveram problemas em lidar com o sistema de aquecimento(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Nas férias, George Sabino e Sílvia Quintão foram para o Sul de Minas e, apesar de certo temor, não tiveram problemas em lidar com o sistema de aquecimento (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)

O perigo de se aquecer no inverno não tem cheiro nem cor. Em tempo de queda de temperatura – há previsão até de geada para o Sul de Minas neste fim de semana – associado a uma data que virou feriadão para muita gente, é preciso ficar atento para métodos de aquecimento usados em hospedagens. O aquecedor a gás, responsável pelo vazamento do monóxido de carbono, pode ser um método perigoso na tentativa de superar o frio em ambientes fechados. Em 2011, uma pousada na Serra da Moeda, em Brumadinho, foi interditada por utilizar o sistema de maneira irregular. A medida foi tomada após a polícia concluir o inquérito sobre a morte do casal Gustavo Lage Caldeira Ribeiro e Alessandra Paolinelli Barros e constatar que eles foram intoxicados.

Para entender o perigo do monóxido de carbono é preciso saber do que ele é composto. O gás é resultado da queima incompleta dos derivados de carbono, como a gasolina, óleo diesel e o gás de cozinha, por exemplo. Para a queima adequada desse gás é necessário oxigênio. “Se tenho uma mistura inadequada com uma quantidade de oxigênio menor, em vez de se formar o gás carbônico é formado o monóxido de carbono”, explicou o doutor Leonardo Brand, cirurgião torácico do Hospital Madre Teresa.

O grande problema é que esse gás não é visível. E é inodoro. “Não dá tosse, porque não é irritativo”, alerta Brand. Após a inalação, os sintomas envolvem tontura, dores de cabeça, sonolência, náuseas e vômitos, fraqueza generalizada e desorientação. Eles podem ser sentidos tanto nas intoxicações agudas (muito gás em pouco intervalo de tempo) quanto nas crônicas, isto é, ao longo de dias ou meses em baixas concentrações, ambas  altamente perigosas. O paciente pode desmaiar, entrar em coma e morrer.

“É um gás que se liga de maneira irreversível nas moléculas do sangue que transportam o oxigênio, ocupando seu lugar na respiração. Dependendo da quantidade inalada, mesmo buscando atendimento especializado, pouco se pode fazer para salvar a pessoa”, explica o bombeiro João Gustavo.

O Corpo de Bombeiros adverte que as principais falhas de segurança envolvem a falta de manutenção e que a corporação não tem instrução para fiscalizar hospedagens como hotéis, pousadas ou casas de aluguel. “Infelizmente, ainda não há legislação que defina a obrigatoriedade de selos de segurança para esses tipos de edificações. O Corpo de Bombeiros só pode verificar aquilo que está previsto em legislação, por isso não é possível, até esse momento, que as edificações sejam vistoriadas e notificadas de irregularidades nesse sentido”, lamenta o tenente.

Em suas férias mais recentes, a fisioterapeuta e professora Sílvia Silveira Quintão, de 38 anos, viajou para Monte Verde, no Sul de Minas. Ela e o marido se prepararam para enfrentar o frio e ainda para possíveis adversidades. No hotel em que o casal ficou, o aquecimento era a gás, mas havia abertura para circulação de oxigênio. “Não ficamos muito fora do hotel, e, dentro do quarto, tinha aquecimento a gás e lareira. Não tivemos nenhum problema em relação ao frio dentro de casa, funcionava muito bem. Antes de ir fiquei muito preocupada, mas o tempo todo a gente deixava uma janela um pouco aberta. A  lareira só ficou acesa quando estávamos por perto”, contou.

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Lareira, aquecimento a gás, ar-condicionado. Entre as opções, os bombeiros deixam o recado de segurança: “Aquecedores elétricos são bastante seguros se forem respeitadas todas as precauções que o fabricante determinar em relação às instalações elétricas, distâncias de outros objetos e demais observações que possam evitar incêndios e outros acidentes. No caso das lareiras ou de qualquer outro sistema de aquecimento que envolva a queima de material combustível como lenha, diesel ou gás, o ideal é que se verifique sempre as condições de limpeza dos bicos de queima e dos dutos de saída de fumaça. Uma maneira fácil de saber se os acendedores precisam de manutenção é observar a coloração das chamas. Se estão tendendo para o amarelo é um indício de queima incompleta do combustível e, nesse caso, há grande liberação do monóxido de carbono. Se as chamas estão azuladas, está ocorrendo uma queima mais completa e, nesses casos, há pouquíssima libertação de gases nocivos”, alerta a corporação. *Estagiária sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira


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