Uma suspeita de roubo no Mercado Central de Belo Horizonte terminou em confusão com troca de acusações entre seguranças e dois rapazes que estariam filmando possíveis agressões a um homem foi acusado de furtar um pacote de castanhas em uma loja. De acordo com o curador Paulo (pediu para não registra o sobrenome) 33 anos, e Henrique Correa, de 28, cozinheiro, eles se preparavam para almoçar em um restaurante próximo quando ouviram gritos e viram alguns seguranças do mercado abordando um homem “de forma agressiva” e começaram a filmar a ação para “garantir a integridade física” do suspeito.
Segundo Henrique Correa, eles permaneceram na sala por mais de uma hora, e quando da chegada da chefia da equipe de seguranças questionaram que estariam sendo mantidos em cárcere privado, momento em que o homem disse que apenas estavam ali até a chegada da polícia e que seriam conduzidos à delegacia como testemunhas do roubo. Eles mostraram marcas no pescoço, peito e pernas que teriam sido provocadas pelas agressões.
Os dois e mais o suspeito de furto foram conduzidos à Central de Flagrantes II, da Polícia Civil, no bairro Floresta onde foi lavrada a ocorrência do furto e eles como testemunhas. Segundo a dupla eles queriam registrar queixa por agressão, tentativa de furto do celular e cárcere privado.
De acordo com a Polícia Civil, três seguranças e dois homens prestaram depoimento. O delegado informou que as versões são conflitantes e, por isso, um procedimento investigatório será instaurado para aprofundar o caso. A princípio, o delegado considerou "vias de fato." Trata-se de infração penal, prevista no artigo 21 do Decreto-Lei 3.688/41, que ameaça a integridade física através da prática de atos de ataque ou violência contra pessoa, desde que não resulte em lesões corporais. São os atos agressivos de provocação praticados contra alguém, mas que não deixam marcas ou sequelas no corpo da vítima.
Mas, no Boletim de Ocorrência a descrição da natureza é sequestro e cárcere privado.
Os dois foram encaminhados ao IML para exame de corpo de delito.
De acordo com a advogada do Mercado Central Kelly Sousa de Paula, o furto aconteceu no interior do mercado e que os seguranças abordaram o suspeito, ele empurrou um deles contra uma vitrine de vidro que se quebrou sofrendo ferimentos. O suspeito fugiu das dependências e foi seguido, sendo abordado em uma das ruas próximas. Ainda segundo a advogada, nesse momento três rapazes passara a xingar os seguranças com palavrões e os seguiram com palavras agressivas até o retorno as dependências do estabelecimento. Nesse momento, um dos rapazes teria desferido dois socos contra um dos seguranças o que em nenhum momento houve agressão por parte dos profissionais. O suposto agressor teria fugido.
O superintendente do Mercado Central, Luiz Carlos Braga informou que aguardará a conclusão do Boletim de Ocorrência e que todas as imagens internas serão analisadas e caso haja algum registro de violência por parte de algum segurança serão tomadas medidas necessárias. Luiz disse ainda que toda a segurança do mercado é própria e que todo o efetivo é devidamente treinado em técnicas de abordagem pela Polícia Federal, passa por reciclagem anual e é instruída a agir com firmeza, mas sem violência e com respeito aos cidadãos “afinal o mercado é da população de Belo Horizonte e que os funcionários são instruídos a tratar todos com respeito”.
Sobre o episódio deste domingo, ele disse que o suspeito de furto já é conhecido por outros delitos e que no momento da abordagem entrou em luta corporal com o segurança que teve que contê-lo. Sobre acusação de cárcere privado, ele negou e disse que os envolvidos foram encaminhados a uma sala da segurança do local, onde todas as ocorrências são registradas e os envolvidos ficam à espera da Polícia Militar, que foi acionada para conduzir as pessoas à Ceflan. Após depoimentos, os cinco foram liberados.