Mais um caso de feminicídio protagoniza a destruição de uma família em Belo Horizonte. Dessa vez, o fato aconteceu no Bairro Mantiqueira, na Região de Venda Nova, na última sexta-feira (16), quando Gleisson Fábio de Souza Pereira, de 26 anos, matou Luana Cristina da Silva Rosa, de 19, a facadas. A vítima é ex-namorada do autor e tinha uma medida protetiva contra ele.
Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, Gleisson bateu na casa da vítima, na Rua Jovino Rodrigues Pêgo, no Mantiqueira, alegando que gostaria de ver o filho de 1 ano. Ele, no entanto, exigia que Luana também fosse vê-lo.
A mãe de Luana, Joelma Silva, e as irmãs dela a alertaram do risco e pediram para que ela não fosse. Ainda assim, a vítima foi de encontro ao seu algoz, que lhe deu uma única facada, de acordo com a corporação.
Leia Mais
Homem que cravou faca no rosto da ex em Minas é indiciado por tentativa de feminicídio Governo de Minas aponta redução na criminalidade, mas feminicídios têm altaMulher é presa suspeita de tentar trocar filho recém-nascido por imóvel em Minas Câmeras podem ajudar a identificar pessoa que abandonou bebê em lixeira de BHNúmero de feminicídios em BH em 2019 já supera soma de todo o ano passado
Ela chegou a ser socorrida à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Venda Nova, na Rua Padre Pedro Pinto, mas não resistiu ao ferimento.
Depois de ferir a ex, Gleisson ainda deu um soco no rosto da ex-sogra e uma facada nela. Esse último ataque rendeu, ainda, um corte no pé do filho do ex-casal.
Terror
Os dizeres de Gleisson após cometer o crime aterrorizam a irmã de Luana. “Ele não se importou que o filho dele estava no colo ou não. Ele já falou que no Brasil não tem pena de morte e que ele é réu primário. Disse que vai voltar e matar o filho quando sair.
Depois de cometer o crime, segundo a polícia, Gleisson fugiu para casa de parentes. A equipe de plantão da corporação procurou por ele em vários endereços, mas o acusado sempre havia deixado o local há pouco tempo.
Nesta quarta, porém, o suspeito se apresentou Núcleo Especializado de Investigação de Feminicídios, situado no Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Avenida Antônio Carlos. Ele estava acompanhado de um advogado.
Luana tinha uma medida protetiva contra Gleisson desde o fim do ano passado, quando terminou o relacionamento com o suspeito. Ela havia sido agredida por ele física e emocionalmente diversas vezes.
“Mais uma vez a motivação é o término do relacionamento tardio. Existe um ciclo de violência que inicia com agressões verbais e proibições, progride com outros tipos de violência, dessa vez com ameaças de morte mais incisivas, e termina com agressões físicas e o feminicídio”, explica a delegada Ingrid Estevam, que comanda as investigações.
De acordo com Ingrid Estevam, Gleisson alega que queria matar, na verdade, o atual companheiro de Luana. Contudo, a versão é negada pelos familiares dela e também pela polícia, com base em evidências colhidas durante a investigação.
Segundo ela, o inquérito deve ser finalizado em breve. Resta ouvir os familiares da vítima e levar o bebê que foi ferido ao Instituto Médico-Legal (IML), onde ele passará por exames.