Jornal Estado de Minas

Fusão de turmas pode atingir mais de 200 escolas mineiras


Pelo menos 225 escolas da rede estadual de ensino devem passar pelo processo de fusão de turmas nos próximos dias. A medida está sendo avaliada por diretores e inspetores de cada unidade e visa, de acordo com a Secretaria de Estado de Educação (SEE), liberar espaço para o reforço escolar de alunos que estavam em vias de abandonar a escola.
 
Na semana que vem, a pasta anuncia programa de complementação pedagógica, com formação de professores, material de reforço centralizado na secretaria e com vistas às especificidades das escolas. Entre os alvos, estão os dois colégios de Belo Horizonte, onde houve protestos de estudantes esta semana contra a fusão.
 
A secretária de Estado de Educação, Julia Sant'Anna, disse que a medida é fruto da reintegração de quase 15 mil alunos da rede às escolas. Eles voltaram às salas de aula depois de busca ativa feita pelas equipes dos próprios colégios a partir do acompanhamento de notas e frequência.
 
"É preciso apoio mais próximo nessas unidades e, para isso, precisamos de professores e de espaço físico para atender esses estudantes”, disse. Ela garantiu que o estado não está ultrapassando o limite vigente em lei de máximo de 40 alunos do ensino médio por sala – número que reduz à medida que diminui a etapa escolar. 
 
Os estudantes que estão de retorno foram matriculados em suas turmas de origem, daí, a necessidade de reforço pedagógico para que consigam acompanhar o ritmo dos colegas e para que as dificuldades no aprendizado não sejam motivo para um novo abandono da escola.
 
Nesta quinta-feira (22), a SEE encaminhou à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) os dados da nomeação de 1 mil professores. A expectativa é de que a publicação ocorra nos próximos 15 dias.
 
A secretária informou que vai encaminhar à Seplag, ainda este ano, mais 2 mil nomeações e mais 5 mil remanescentes ao longo do primeiro semestre do ano que vem, para estudo de impacto financeiro. 
 
A SEE identificou, ainda, a possibilidade de eventuais superlotações de salas de aula em 679 escolas da rede. "Há indicação para diretores de quando for identificada a situação, se aponte a necessidade de desmembramento. Logo, a fusão se dá também pela possibilidade de desmembramento. O que há é uma inconsistência entre medição da sala e quantitativo de alunos."
 
A secretária chamou atenção para as duas escolas onde houve protestos esta semana que, segundo ela, registraram queda nos indicadores mineiros e nacionais de avaliação da qualidade da educação.
 
"Entendemos que é o momento de trabalhar reforço escolar, entendendo que têm capacidade de estar numa sala de aula legalmente e pedagogicamente compreendida como a correta.
É importante esse apoio complementar para alunos que estão precisando", defendeu. 
 
Na segunda-feira, alunos e professores organizaram uma paralisação em frente ao Instituto de Educação, na Região Centro-sul da capital. Segurando uma faixa com os dizeres "Contra os cortes em defesa da educação", os manifestantes protestaram contra o fechamento de 14 turmas do ensino fundamental e médio na escola
 
Nas avaliações mineiras e nacionais indicadores vem caindo nessas tanto no Instituto de Educação quanto na Escola Estadual Santos Dumont, em Venda Nova, onde também se registrou protestos nessa quarta-feira (21). 
 

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