A pé, a cavalo, de bicicleta, moto ou carro – o meio não importa tanto, mas sim fé e disposição para percorrer a rota de peregrinação em homenagem a Francisca de Paula de Jesus, a mineira Beata Nhá Chica (1810-1895). O trecho de 220 quilômetros da Estrada Real, entre Tiradentes, na Região do Campo das Vertentes, e Baependi e São Lourenço, na Região Sul do estado, onde viveu a primeira negra do país a ser beatificada, se torna atrativo turístico com o nome de Rota Nhá Chica – Caminho das Virtudes, projeto do Sebrae Minas lançado ontem, na Fazenda Topada, em Baependi.
Virtudes
A Rota Nhá Chica – Caminho das Virtudes está dividida em 11 partes, indicando a vida de santidade da mineira que morou por sete décadas em Baependi. São eles os caminhos da Castidade (de Tiradentes, passando por Santa Cruz de Minas, São João del-Rei, com 11 quilômetros), Prudência (de São João del-Rei a Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, 11 quilômetros), Fé (de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno a São Sebastião da Vitória, 16 quilômetros), Humildade (de São Sebastião da Vitória a Caquende, 22 quilômetros), e Fortaleza (de Caquende, passando por Capela do Saco, a Carrancas, 30 quilômetros).
Humildade
A história da Beata Nhá Chica mistura fé, humildade e amor ao próximo. Francisca de Paula de Jesus era menina quando chegou a Baependi na companhia da mãe Isabel, uma ex- escrava, e do irmão Teotônio. Com eles, poucos pertences e a imagem de Nossa Senhora da Conceição. Não demorou muito e Francisca, então com 10 anos, ficou órfã, contando apenas com o irmão, de 12. Antes de partir, a mãe deixara os filhos aos cuidados e sob proteção de Nossa Senhora, a quem a menina chamava de “minha sinhá” e não fazia nada sem consultá-la.