A segunda edição do Festival Livro de Rua (Flir) movimentou a Rua Fernandes Tourinho, na Savassi, na tarde deste sábado (24), quando diversas pessoas visitaram os 45 stands que expõem milhares de títulos com temas para todos os gostos. Com mesas de discussão, performances, contação de história, sarau e sessões de autógrafo, a proposta é incentivar o hábito da leitura e aproximar os livros das pessoas.
Nas barraquinhas, editoras e lojistas colocam à disposição livros com preços que vão de R$ 10 a R$ 200 e com temáticas variadas que vão desde a literatura infantil até a filosofia e o feminismo. “Está um movimento incrível, é um exemplo de ocupação bacana e civilizada da rua e da Savassi, com os livros tão ao alcance das pessoas”, afirmou o curador da exposição José Eduardo Gonçalves.
Responsável pela escolha do que entrou no festival, o jornalista disse que a ideia foi contemplar a diversidade, com autores conhecidos mas também iniciantes. Também se procurou representar todos os segmentos da sociedade, como homens, mulheres e o público LGBTQ+. “Amanhã (domingo), por exemplo, teremos uma apresentação da academia transliterária. Quis abrir para tudo, a rua é democrática, cabe todo mundo. A ideia da livraria de rua é legal porque favorece o acesso”, disse Gonçalves.
Este ano, o Flir homenageia o escritor mineiro Eduardo Frieiro, que morreu em 1982. A escolha foi do proprietário da Quixote DO Editoras Associadas, Alencar Perdigão, um dos realizadores do projeto, que diz desejar que o festival entre de vez para o calendário de eventos da cidade. A feira de livros tem o incentivo de lei municipal e o patrocínio da Unimed.
“A Fernandes Tourinho já é conhecida como uma rua da literatura, tem três livrarias, loja de CD e vídeo, papelaria, todo sábado ferve com lançamentos de livro. Nossa ideia foi aproveitar esse movimento natural e fazer um festival de rua pelo menos uma vez por ano e nos apropriar da rua como lugar de permanência também, e não só de passagem”, diz o editor. Alencar Perdigão ressalta ainda que, ao tirar o livro da livraria, que “parece um lugar meio distante”, os organizadores buscam fazer com que todos tenham contato com a cultura.
O Flir deste ano também busca, nas mesas de discussão, contar a história do processo de criação dos livros. Traz ainda um olhar especial sobre as pequenas editoras e livrarias. “Estamos levando os livros para onde as pessoas estão e trabalhando para formar novos leitores”, afirmou.
O festival vai até este domingo (25), no quarteirão da Fernandes Tourinho entre as avenidas Cristóvão Colombo e Getúlio Vargas. Entre as atrações estão previstas a Academia TransLiterária e um bate papo sobre a Savassi, às 11h, lançamentos de livros e uma intervenção da Companhia de Dança Palácio das Artes, de 10h às 11h. A programação pode ser consultada no site www.festivallivronarua.com.br.