A decisão do governo estadual de fundir turmas em 225 escolas de Minas Gerais tem deixado alunos e professores descontentes. Semana passada houve protestos em duas instituições de ensino contra a decisão, o Instituto de Educação e a Escola Estadual Santos Dumont. Nesta segunda-feira mais uma vez estudantes e profissionais de ensino se reuniram em frente ao Instituto de Educação para reivindicar a suspensão do processo de fusão. Aulas do ensino fundamental, do 6° ao 9° ano, foram suspensas.
Para o estudante Gabriel de Brito Moreira, de 17 anos, a decisão do governo pode contribuir para a precarização do ensino, “Com a fusão de turmas a superlotação das salas vai interferir diretamente na possibilidade de aprendizado do estudante, além de gerar uma dupla mão de obra e um desgaste para o professor que vai trabalhar com turmas muito lotadas. É uma medida que não prioriza a educação, o estudante e o professor”, afirma.
Denise Romano, coordenadora Geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), conta que o objetivo do protesto é denunciar a fusão de turmas que, segundo, afetará 14 turmas apenas no Instituto de Educação. “Não houve um processo de escuta dos professores, trabalhadores e estudantes, o estado fez de cima para baixo sem levar em consideração a opinião das comunidades que as escolas atendem. Não é pedagógico fusão de turmas em agosto, é uma reorganização completa da escola, significa uma mudança completa do quadro de professores. Levamos ao governo do estado uma reivindicação de suspensão deste processo e não obtivemos retorno”, lamenta.
Os manifestantes também reivindicaram o pagamento do piso salarial da categoria, o avanço no processo de nomeação dos concursados e o repasse integral dos 25% da verba destinada à educação, que, segundo o sindicato, foi de cerca de 17% no primeiro semestre deste ano.
O OUTRO LADO Em nota, a Secretaria do Estado de Educação informou que fundiu sete turmas no Instituto de Educação, como parte de uma série de medidas “dentro da proposta de qualificar o atendimento de toda a rede estadual de ensino e se adequar à legislação em observância ao número de alunos em sala de aula”. O texto afirma que a fusão ocorreu “sem prejudicar o aprendizado do aluno e respeitando a determinação da Lei Estadual” e foi precedida por um estudo.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira