Suspeitas de casos de sarampo voltaram a causar interdições temporárias de centros de saúde em Belo Horizonte. Nesta segunda-feira (26), segundo a Secretaria Municipal de Saúde, mais quatro equipamentos foram fechados temporariamente por conta do risco de transmissão da doença: os centros de saúde Califórnia (Noroeste), Tirol (Barreiro) e Felicidade 2 (Norte) e a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Região Nordeste, no Bairro São Paulo.
Na semana passada, outras cinco estruturas passaram por interrupções temporárias: a UPA Centro-Sul, no Bairro Santa Efigênia, duas vezes; a UPA Leste, no Bairro Vera Cruz; e os centros de saúde dos bairros Lagoa, em Venda Nova, e São Geraldo, no Leste da cidade.
De acordo com a prefeitura, a interdição leva aproximadamente duas horas em média. O protocolo do Ministério da Saúde prevê a suspensão de admissão de novos pacientes, verificação da situação vacinal de todas as pessoas que estão dentro da unidade e aplicação de doses para quem ainda não foi imunizado.
Além disso, é feita uma completa desinfeção do espaço.
Na última quarta, um morador de São Paulo, estado que concentra quase a totalidade dos casos, que estava em BH a trabalho, deu entrada na UPA Centro-Sul com a suspeita.
Ele recebeu vacina contra a doença e depois transferido para o Hospital Eduardo de Menezes, onde permanece em estado estável, conforme o último boletim da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).
No dia seguinte, quinta, o Centro de Saúde do Bairro São Geraldo, na Avenida Itaituba, teve o atendimento suspenso. O caso, no entanto, não foi detalhado pela prefeitura.
Na sexta-feira, mais um susto: um bebê com suspeita da enfermidade deu entrada no Centro de Saúde do Bairro Lagoa, na Rua José Sabino Maciel. As equipes de saúde transferiram a criança para o Hospital Infantil João Paulo II, no Centro da cidade.
No fim de semana, com os centros de saúde fechados, dois pacientes recorreram às UPAs para obter socorro. As unidades da Região Leste e novamente a Centro-Sul foram interditadas.
O Executivo municipal, novamente, não deu detalhes dos casos.
Com isso, apenas os territórios da Pampulha e Oeste não tiveram problemas com a doença até aqui.
Já foram confirmados quatro casos da doença, que é altamente contagiosa, e outros 55 estão em investigação, conforme último diagnóstico da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
Minas Gerais
Em junho, Minas Gerais registrou seu primeiro caso oriundo do estado desde 1999, uma criança moradora de Belo Horizonte, mas que havia viajado com a família para Carmópolis de Minas, na Região Centro-Oeste do estado, onde teria contraído a doença.
Além desse, outros três diagnósticos já foram confirmados no estado: um italiano que mora em Betim, um jovem de 25 anos residente em Contagem e uma adolescente de 13, que mora em Belo Horizonte e esteve em Porto Seguro (BA) e Almenara, na Região do Vale do Jequitinhonha, em janeiro.
Segundo boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde na quinta-feira, muito provavelmente Minas Gerais terá mais três casos confirmados em breve – o que elevaria para sete diagnósticos o quadro anual.
Os casos em investigação são de moradores de Viçosa, Uberlândia e Passos que tiveram contato com pessoas de São Paulo, estado responsável por concentrar 98,9% das ocorrências de sarampo no Brasil neste ano.
Esses pacientes apresentaram os sintomas da doença e já têm os exames iniciais reagentes. Após análise minuciosa das equipes de saúde, o caso será confirmado ou não.