A queda de braço entre a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e as empresas de ônibus que atuam na cidade continua. O Prefeito Alexandre Kalil determinou, nesta terça-feira, a contratação imediata de 500 cobradores. A medida foi apresentada durante reunião com representantes dos consórcios. No último sábado, o prefeito voltou a dizer que sem o retorno dos agentes de bordo para os coletivos não haverá aumento da passagem em 2019 na capital mineira.
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O Estado de Minas mostrou, na edição de 24 de agosto, que as empresas que oferecem o serviço de transporte indicam que são favoráveis à diminuição cada vez maior dos chamados agentes de bordo. O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra/BH), Joel Paschoalin comparou a figura dos cobradores com o cargo de ascensorista, que tem sido cada vez mais raro, e disse que é necessário investir em tecnologia para evoluir o sistema e avançar, retirando o dinheiro de dentro dos coletivos.
Paschoalin também disse que o sindicato das empresas discorda das autuações aplicadas pela BHTrans por entender que existem mais linhas além das 25 troncais do Move que também são consideradas do sistema e por isso poderiam rodar em qualquer horário sem cobradores, além de questionar o horário da obrigatoriedade dos agentes de bordo. Para as empresas, a liberação deveria ocorrer a partir das 18h e não das 20h30, por entenderem que nesse período ocorre o maior percentual de uso do cartão BHBUS nas viagens.
A reportagem procurou o Setra/BH para que o sindicato de classe se posicionasse. Em curta nota, a organização informou que foi convocada para a “reunião impositiva na prefeitura de Belo Horizonte” e “que vai acatar a determinação do prefeito Alexandre Kalil de contratar 500 novos agentes de bordo até o final de setembro”.